Um homem morreu na sexta-feira, na cidade da Praia, por causa do paludismo, tornando-se no primeiro óbito provocado pela doença, que já conta com mais de 200 casos em todo o país, com maior incidência na capital.
A informação foi avançada à agência Lusa pelo diretor do Programa Nacional de Luta contra o Paludismo (PNLP) de Cabo Verde, António Moreira, indicando que se trata do caso de um autóctone, de um homem de 40 anos, do bairro do Paiol.
António Moreira disse que o homem não resistiu porque além de apresentar antecedentes de alcoolismo, de depressão, entre outras complicações, demorou muito tempo para chegar ao hospital.
O responsável salientou, porém, que se trata de um caso único, já que o que se tem constatado é que as pessoas têm-se dirigido às estruturas de saúde ao primeiro sintoma, o que permite diagnosticar a doença mais cedo.
Na quinta-feira, o Governo cabo-verdiano aprovou uma verba de emergência de 58 milhões de escudos (526 mil euros) para reforçar o combate à doença provocada pela picada do mosquito Anopheles fêmea.
O ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, especificou que o valor servirá para contratar mais 45 elementos para a luta antivetorial, aquisição de material, inseticida e mais meios de transporte, sobretudo para a capital do país.
O paludismo, ainda sem vacina, é uma doença “instável”, de transmissão sazonal, cujo maior período vai de julho a dezembro, toda a população é vulnerável, mas tem baixo risco de epidemia.
Em janeiro, Cabo Verde foi distinguido pela Aliança de Líderes Africanos contra a Malária (ALMA) com o prémio Excelência 2017, pelos resultados alcançados no combate à doença, sendo o único país africano em fase de pré-eliminação.
Arlindo do Rosário disse que o Governo vai “fazer tudo” para eliminar a doença do país até 2020, mas para isso espera contar com a colaboração das Câmaras Municipais, das ONG e de toda a população cabo-verdiana.
No início do mês, um homem de nacionalidade estrangeira morreu em São Vicente, após ter chegado doente à ilha, que contava com alguns casos, mas todos importados.
Lusa