Portugal e Luxemburgo vão apoiar Cabo Verde nos domínios da formação militar e segurança marítima e pretendem assinar um acordo trilateral até final do ano para materializar as intenções a partir de 2018, foi hoje anunciado.
O anúncio foi feito à imprensa, na cidade da Praia, pelos diretores pela área da Defesa dos três países, após a primeira reunião trilateral, em que o principal objetivo era identificar áreas de cooperação no setor.
Segundo o diretor da Defesa Nacional de Cabo Verde, Paulo Lopes, a formação e a segurança marítima foi analisada de uma forma geral entre as partes, mas até ao final do ano será abordada “com maior profundidade”.
“(A formação militar e segurança marítima) é algo que interessa aos três países e que Cabo Verde tem como necessário e urgente”, afirmou Paulo Lopes.
O responsável cabo-verdiano indicou que a questão será agora analisada com as respetivas estruturas governamentais, que irão apontar pontos concretos, como também estabelecer um roteiro e assinar um acordo para materializar a cooperação a partir do próximo ano.
O diretor-geral de Politica de Defesa Nacional de Portugal, Nuno Pinheiro Torres, sublinhou o facto de a reunião ter permitido, pela primeira vez, envolver a cooperação com Cabo Verde, de mais de 20 anos, a outros países, neste caso ao Luxemburgo.
“O Luxemburgo é um país que não tem mar, que solicita o apoio de Portugal, pela sua experiência na área naval, está disponível para apoiar Cabo Verde, fazendo uma ação concertada que terá mais-valias e valor acrescentado para a Defesa de Cabo Verde, sobretudo no domínio marítimo”, afirmou.
Nuno Torres afirmou que Cabo Verde tem uma responsabilidade na área de segurança marítima no Golfo da Guiné, prova disso é que vai acolher o Centro Multinacional de Coordenação Marítima, a Zona G, que envolve países da região, como Senegal, Guiné-Bissau e Gâmbia.
Em dezembro do ano passado, durante uma vista a Cabo Verde, o ministro da Defesa Nacional de Portugal, Azeredo Lopes, disse que Portugal irá ajudar Cabo Verde a por em prática o centro multinacional, já que são precisos muitos meios materiais, recursos humanos e meios navais.
“Cabo Verde vai contar com o apoio de Portugal e do Luxemburgo naquilo que for necessário para conseguir levar a cabo essa sua necessidade. (A segurança marítima) é uma das áreas identificadas que podem vir a ser objeto dessa cooperação trilateral”, traçou o governante português.
Por sua vez, o diretor de Política de Defesa do Luxemburgo, Patrick Heck, salientou que a conjugação de esforços entre os três países poderá ajudar a resolver problemas concretos em Cabo Verde.
Referindo que o Luxemburgo tem uma cooperação de longa data com Cabo Verde, onde já investiu muito, nas mais diversas áreas, e agora quer fazer o mesmo no domínio da Defesa.
Além de recursos financeiros, Patrick Heck adiantou que o Luxemburgo poderá apoiar Cabo Verde com a sua experiência e de países amigos, por entender que as necessidades são muitas e o problema de segurança marítima é complexo.
Lusa