Parlamento/Ano letivo: Oposição fala de “fracasso” e ministro da educação garante que a classe dos professores está sendo valorizada

4/10/2023 21:56 - Modificado em 4/10/2023 21:56

A abertura do novo ano letivo em Cabo Verde trouxe à tona preocupações sobre a preparação e qualidade do sistema educacional. Deputados da oposição (PAICV e UCID) criticaram a falta de recursos e falhas, enquanto o governo responde, destacando esforços que tem feito e as pendências que estão por resolver, o que segundo o ministro da educação mostra uma valorização da classe dos professores.

Nesta primeira Sessão Plenária de outubro de 2023, marcado pelo debate sobre o setor da educação, especialmente o arranque do ano letivo 2023-2024, os deputados da oposição trouxeram uma série de questões que segundo os mesmos reflete o fracasso deste sistema no país.

A deputada do PAICV, Josina Freitas, expressou sua inquietação com o início do novo ano letivo afirmando que se iniciou mais um ano letivo “sem a devida preparação, com falhas e incumprimentos do pré-escolar ao universitário”.

“Sem programas, sem manuais, sem professores em algumas disciplinas, com obras em curso nas escolas, com o mesmo sistema de agrupamentos que não funciona, inclusive são os próprios sindicatos que estão a pedir que seja revisto”, declarou Freitas que levantou questões sobre a gestão dos fundos da FICASE, enfatizando a necessidade de transparência.

Josina Freitas destacou ainda os desafios no Ensino Superior, apontando para uma drástica redução no número de estudantes este ano, e questionou a disponibilidade de recursos para os jovens que desejam prosseguir os estudos.

Já a UCID, pela voz da sua deputada Zilda Oliveira, enfatizou a busca pela qualidade educacional alinhada com os padrões da OCDE, tendo defendido a necessidade de repensar a alocação de recursos, começando pelo ensino pré-escolar. 

“Os sistemas de ensino com melhor desempenho entre os países da OCDE são aqueles que combinam qualidade e equidade permitindo que a vasta maioria dos alunos tenham a possibilidade de atingir altos níveis de formação, independentemente das respetivas circunstâncias pessoais e socioeconómicas”, afirmou.

Zilda Oliveira também apontou para desafios de “inclusão e equidade”, destacando o aumento da taxa de abandono escolar no ano letivo anterior.

O Ministro da Educação, Amadeu Cruz, respondeu às críticas, enfatizando a abertura para o diálogo com sindicatos e a busca por convergências para melhorar o sistema educacional. 

O governante também abordou questões pendentes, destacando que algumas delas não são da responsabilidade direta do atual governo, e lembrou que no total, o governo gastou 649 mil contos a resolver pendências de 2008 a 2015.

“Nós valorizamos os professores. E se nós não valorizássemos os professores nós não teríamos resolvido as pendencias acumuladas entre 2015. Nós teríamos apenas resolvido as pendências da nossa responsabilidade”, assegurou Amadeu Cruz que pediu “compreensão” dos professores. 

O titular da pasta da educação garantiu que o governo vai concluir o processo de reclassificação de professores e acrescentou que a última lista será publicada entre finais de novembro e dezembro e vão iniciar o processo de regularização de outras pendências.

AC – Estagiária

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