O advogado de Manecas dos Santos assegurou ao Diário de Notícias que “o Comandante está perfeitamente tranquilo e disponível para todos os esclarecimentos. Não é golpista nem nunca foi, está afastado das Forças Armadas desde 1977, é um puro civilista”. Carlos Pinto defende que o que Manecas afirmou na entrevista foi uma opinião. “Como militante da luta entendeu que as coisas na Guiné-Bissau não estão bem e desabafou. Levar isso para uma tentativa de incitamento é abusar”.
O DN tentou contactar ontem, sem sucesso, a Procuradoria-Geral da República da Guiné-Bissau.
Questionado através de um amigo que o visitou na clínica sobre se queria fazer alguma declaração para este texto, Manecas dos Santos resumiu: “Sou um resistente”. Quem o viu diz que está de bom ânimo.
A entrevista publicada por este jornal foi feita a 27 de Abril, em casa do Comandante em Bissau, a propósito do 25 de Abril. Em 1973, Manecas dos Santos teve a cargo o cerco de Guidage, batalha dramática da Guerra Colonial que contribuiu para o movimento dos capitães que fizeram a revolução. Salgueiro Maia, um dos que estiveram sob cerco, juntou-se com os seus homens aos que já lá estavam.
Alguns observadores no terreno apontam que Manecas dos Santos está a coordenar a convenção do PAIGC que vai estruturar a orientação do partido para futuras eleições, aguardadas com expectativa. A sua detenção visaria travar esse processo, considerado decisivo.
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