Senhor Deputado Nuías Silva, venho, em nome da defesa dos interesses nacionais, chamar-lhe a atenção para que tenha mais bom senso na representação do eleitorado que votou no PAICV.
Não tenha dúvida que muitos que votaram no PAICV sentem-se frustrados com a sua actuação, ao defender que a extinção do Novo Banco foi por falta de vontade política do actual Governo.
A sua infeliz actuação configura a passagem de um certificado de idiotice a todos os cidadãos, jogando areia nos nossos olhos, para ocultar a dura realidade que é a má gestão dos recursos públicos por parte do Governo suportado pela maioria parlamentar do PAICV, do qual fazia parte.
Vamos aos factos:
1. O Novo Banco fundado em 2010 com um capital social de 300.000.000$00, distribuído pelos accionistas: (Estado de Cabo Verde 5% = 15.000.000$00); (Correios de Cabo Verde 25% = 75.000.000$00); (IFH 25% = 75.000.000$00); (CECV 20% = 60.000.000$00); (INPS 20% = 60.000.000$00); (Banco Português de Gestão 5% = 15.000.000$00 valor a ser integrado em serviços especializados) COM UM CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO ONDE UM INTEGRANTE, QUE ERA PORTUGUÊS (NADA CONTRA A NACIONALIDADE), GANHAVA MENSALMENTE 1.200.000$00 + SUBSÍDIOS DE VIATURA, COMBUSTÍVEL, TELEFONE, RENDA DE CASA E VIAGENS;
2. Pode imaginar Senhor Deputado Nuías Silva, que com esta estrutura de custo mensal, o Novo Banco teria morte prematura, não aguentaria tamanho peso, pois era um Banco que estava a nascer, ainda frágil, num mercado pequeno e de PIB per capita fraco, logo, não teria condições de aguentar. Para esconder a fragilidade financeira do NOVO BANCO, NO RELATÓRIO&CONTAS DO NOVO BANCO DE 2012, AS CONTAS PATRIMONIAIS FORAM OCULTADAS.
3. Não aguentou. Foi por isso que em 2012 se procedeu a um aumento do capital social para 600.000.000$00 distribuídos entre os accionistas na mesma proporção da distribuição inicial. Mas um Banco com a estrutura de custo de funcionamento, onde um Administrador ganha 1.200.000$00 por mês acrescidos de outros subsídios, não poderia resistir mais. Pela análise do RELATÓRIO&CONTAS DO NOVO BANCO DE 2014, AS CONTAS PATRIMONIAIS davam indicação de que a situação patrimonial do Novo Banco já era frágil. O capital social de 600.000.000$00 tinha sido consumido pelos resultados transitados negativos de 357.955.846$00 (portanto, mais de metade do capital social consumido pelos resultados negativos acumulados) mais ainda o resultado negativo do período (2014) no valor de 147.398.879$00, aproximando-se da situação de falência técnica.
4. Ainda assim, não sei, não encontrei os relatórios e contas de 2015 e 2016, mas tudo indica que o capital social do Novo Banco sofreu mais uma injecção de dinheiro público, aumentando o capital social para 849.000.000$00, o que significa meter água num balaio furado – CA CUSTA NHOS;
5. Portanto, Sr. Deputado Nuías Silva, se o senhor e o seu grupo defendiam na verdade o interesse público, já em 2014 a situação do Novo Banco ficaria resolvida se tivessem declarado o NOVO BANCO como inviável, evitando mais perdas de dinheiro público.
Mas, desculpe, Sr. Deputado, esqueci-me que para o Senhor, a disciplina partidária está acima do interesse público para o qual o senhor foi eleito para defender.
Abraços
Amândio Barbosa Vicente
O que o jornalista quer dizer com a palavra “di-putado”?