O Movimento para a Democracia, partido que sustenta o Governo, em resposta às acusações do Partido Africano de Independência de Cabo Verde sobre o alegado descaso em relação à situação do Novo Banco, diz-se indignado com as declarações do Deputado da Nação e Vice-presidente do maior partido da oposição, Nuías Silva.
De acordo com o Secretário-geral do MPD, estas declarações não têm sentido, uma vez que, “nos últimos anos, temos assistido a uma tentativa de desresponsabilização de todos os actos de gestão danosa no país, perpetrados pelo PAICV”.
Afirma, no entanto, que mais uma vez, o PAICV está a “lavar as mãos e a deitar as culpas sobre o actual Governo”.
Diz ainda que desde a criação do Banco em 2010, este sempre obteve resultados negativos.
Realça também o facto deste nunca cumprir com o objectivo desde a sua criação, que foi o de “apoiar as Micro e Pequenas Empresas, facto demonstrado por apenas 5% dos créditos atribuídos serem a MPE”.
Em referência a um jornal da praça, relembra que este escreveu um artigo onde é referido que o banco em questão “passou a conceder créditos e a privilegiar altos funcionários da máquina do Estado”. A culpa é do MpD, questiona.
O PAICV acusou o Governo de que este desfecho do Novo Banco se deve “à falta de vontade política, pois não foram accionadas medidas pelo actual Governo” e acusa o Movimento para a Democracia de fechar o Novo Banco deliberadamente. Entretanto, Miguel Monteiro afirma que a situação do Novo Banco era caótica, com uma situação económico-financeira desastrosa e com altos salários aos seus funcionários.
“Recorde-se que o 1º PCE do banco tinha i) um salário bruto de 1.036 contos/mês, 100 contos/mês de comunicação, viatura de serviço, entre outros. Tudo isso auferido de 2010 a 2012, num banco direccionado para o micro/pequeno crédito”.
“Fala-se numa auditoria independente, realizada pela auditora internacional Ernst & Young, com referência ao período de 31 de Dezembro de 2015 e que identificou diversas irregularidades”.
Mais, a última decisão de aumento de capital em 700.000 contos, continua, foi tomada em Assembleia-Geral no dia 12 de Abril de 2016, ou seja depois das eleições e apenas 10 dias antes da tomada de posse do novo Governo”.
Sendo assim, o MpD exorta o PAICV a assumir as culpas pelos seus erros e, conforme diz, “o povo de Cabo Verde, a 20 de Março de 2016 (ou seja há praticamente um ano), demonstrou ser esclarecido face às manobras do PAICV, não se deixando enganar”.