São Vicente: Ano lectivo arranca com encerramento das escolas de Lameirão e Ribeira de Vinha

18/09/2023 16:17 - Modificado em 18/09/2023 16:17
Escola de Lameirão

São duas comunidades da ilha de São Vicente que vem perdendo população ao longo dos anos e com isso o número de crianças também diminiu. Em lameirão, para este ano estavam inscritos apenas 10 crianças do primeiro ao quarto ano, que foram tranferidos. E em Ribeira de Vinha, 20 alunos foram realocados.

O delegado de Educação em São Vicente, Jorge da Luz, garantiu que o arranque do ano lectivo na ilha decorreu com muita tranquilidade, não obstante alguma preocupação de alguns pais cujos filhos, agora terão que frequentar a escola longe de casa. Apesar de conhecerem a decisão desde do ano passado, dizem-se apreensivos com esta situação.

Em entrevista ao Notícias do Norte, o delegado de educação da ilha garantiu que esta mobilidade em termos de escola, já vinha sendo socializada com os pais. Entende a preocupação, mas garantiu que toda a logística foi montada para garantir a segurança das crianças.

Para Jorge da Luz, encerrar as escolas com menos de 20 alunos foi uma medida com critérios pedagógicos.

“Terão maiores momentos de socialização, ao estarem numa escola com mais crianças. Em Lameirão seriam duas turmas de quatro alunos e isso não compensa, quando temos espaços disponíveis e seguros para as crianças apreenderem”.

Os da Zona de Ribeira de Vinha, 20 alunos, foram realocados e acredita que terão as mesmas oportunidades. Embora, justificou, a escola da comunidade de Ribeira de Vinha era um anexo da escola Anisia Rodrigues, na zona de Campim.

 Em Lameirão, a escola tem apenas 8 alunos, mas a população garante que é um serviço que faz falta.

O transporte das crianças para as outras escolas e a segurança no transporte para que os seus filhos possam ir  à escolana ida e volta, é a maior preocupação dos país. “Foi garantido transporte gratuito. E nós estamos ansiosos para ver como é que isso vai decorrer”, explicou um dos pais.

“Não tenho condições de pagar transporte escolar, e como uma criança de 10 anos vai sozinha para a escola com essa distância? Meu horário de trabalho não coincide para me levar e buscar ela, ainda bem que terão tranportes, mas ficamos apreensivos”, relatou.

Sobre a logística do novo ano, o delegado de educação de São Vicente, diz que esta começou com cerca de 15 mil alunos. “São cerca de 11 mil no ensino básico e quatro mil no secundário e à volta de dois mil professores, distribuídos em cinco escolas secundárias e 29 escolas básicas em nove agrupamentos e duas escolas não agrupadas”, explicou.

Delegado de Educação da ilha de São Vicente – Jorge da Luz

Diz ainda que, neste momento, todos os professores transferidos e colocados em São Vicente já estão nas suas escolas. “Foi feita mobilidade interna de professores e por estes dias, estamos a alocar os professores em prestação de serviço por motivos de licença sem vencimento, maternidade e outras questões”, justificou.

Diz que apesar das obras em algumas escolas, o ano lectivo arrancou com normalidade. “No Liceu Ludjero Lima, ainda decorrem algumas obras, mas foi levantado um perímetro de segurança para que os trabalhos possam decorrer normalmente e também na escola João José dos Santos sem interferir no andamento normal das aulas”, apontou.

Elvis Carvalho

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