Em Novembro de 2014, o Governo anunciou a emissão de novas notas de mil e de duzentos escudos em homenagem ao músico Gregório Vaz “Codê di Dona” e ao escritor Henrique Teixeira de Sousa, assim como à própria ilha do Fogo. A nota de duzentos escudos mereceu algum destaque na época, isto pelo facto de ser de plástico, o que figurava uma maior conservação e durabilidade. Passados dois anos, a nota duzentos escudos tem sido o “patinho feio” no âmbito do dinheiro. Isto pelo desgaste que a nota tem sofrido, perdendo todas as figuras da nota. Este aperto surge nas relações comerciais onde há desconfiança se o comerciante vai aceitar a nota ou se o cliente vai aceitar a nota de volta como troco.
Nas redes sociais, o tema ainda não ganhou muita expressão, mas já circulam fotografias da nota questionando o seu estado de conservação. Mas comecemos pelo início, de quando a nota ainda era novidade e enchia os olhos de quem pegava nela. “Logo quando saiu, vimos que era diferente e eu que estive no Brasil consegui ver uma nota de plástico e fiquei contente porque podem durar muito e não se rasgam nem se molham”, afirma Cristina Monteiro. Ela já tinha experiência com outro tipo de notas, mas já para Adilson Neves, a nota era diferente das que já tinha visto e, por isso, gostou da ideia. “Era bonita e diferente”.
Todavia, com o passar do tempo e do uso, a nota começou a revelar-se pouco durável. E quando a nota já está toda descorada é que a situação fica mais preocupante. Isto por parte dos que lidam com trocas comerciais. “Realmente é preocupante o estado em que as notas estão a chegar”, assevera Didi dos Santos, comerciante em Espia. Para ele, muitas pessoas vão comprar com as notas e muitas vezes vê-se pouco dos desenhos”. Uma situação embaraçante pois sabe-se que é uma nota legal e não podemos recusá-la.
Como explica, a nota tem cumprido a sua função, mas o pedido é de notas que durem. As mesmas críticas sobre os duzentos escudos já não recaem sobre as notas de mil e de quinhentos. Feitas ao estilo das notas antigas, mais sofisticadas em termos de segurança contra as tentativas de falsificação, ainda mantêm a vertente duração. “As notas de duzentos não estão a servir muito bem”, diz outro comerciante, Maria Rosa.
Dos entrevistados, o pedido tem sido comum: um olhar sobre a nota “e, se não for pedir muito, uma nota mais durável”, conforme adianta Cristina Monteiro, antes que possa haver confusão por causa de uma nota já desgastada.