A violência sexual contra crianças tem sido prática frequente em Cabo Verde e as consequências deste crime são marcantes. A Associação das Crianças Desfavorecidas, ACRIDES tem vindo a lutar no sentido de pôr cobro à situação. Através de uma petição feita em 2016, Loureça Tavares pretende institucionalizar o Dia Nacional contra o Abuso e Exploração Sexual em Cabo Verde. A Presidente almeja realizar a intenção em 2017.
O abuso e a exploração sexual de menores em Cabo Verde tende a aumentar tornando-se numa situação preocupante, refere a Presidente da Associação das Crianças Desfavorecidas, ACRIDES. Na tentativa de pôr cobro à situação, a Associação fez uma petição onde recolheu assinaturas e apresentou ao Governo e ao Parlamento no sentido de institucionalizar o Dia Nacional Contra o Abuso e Exploração Sexual de Menores.
A petição teve como parceiras diferentes instituições internacionais e nasceu no âmbito de uma acção de formação dirigida a profissionais cujo objectivo foi capacitar os actores para a prevenção e o combate sobre o abuso e exploração sexual dos menores.
Lourença Tavares disse à Inforpress que “em 2017, queremos conseguir o Dia Nacional que foi apresentado ao Governo e ao Parlamento, através de uma petição, em 2016. É uma forma de chamar a atenção pelo mal que existe nesta sociedade e que nos interpela a todos”.
A pretensão da Presidente é ter uma data para se reflectir, avaliar, medir as metas e reduzir esse tipo de violência contra as crianças. Para conseguir o objectivo, a mesma espera contar com “maior diálogo, cooperação e trabalho” com o Governo.
Salienta que a prevenção é o caminho mais seguro para evitar casos de abuso e exploração sexual de menores, pois a violência sexual contra crianças tem sido prática frequente em Cabo Verde e as consequências deste crime são marcantes.
O caso mais recente e que chocou a comunidade escolar aconteceu na ilha do Maio, onde um professor foi preso por alegada violação contra uma aluna menor. O suposto agressor aguarda julgamento em prisão preventiva enquanto que a vítima foi transferida para a ilha de Santiago onde se encontra a receber cuidados especiais.
Os dados do Programa de Emergência Infantil do ICCA dá conta que nos últimos três anos quadruplicou o número de denúncias. As vítimas são na sua maioria do sexo feminino, menores de 12 anos. As ilhas de Santiago, Fogo, Sal, São Vicente e Santo Antão são as mais afectadas.