País tem taxa de analfabetismo de 11 % para população com mais de 15 anos e de 2,1 % com idade inferior aos 15 anos

8/09/2023 19:01 - Modificado em 8/09/2023 19:01

Cabo Verde conta com uma taxa de analfabetismo de 11 por cento (%) em 2021 para a população com mais de 15 anos e de 2,1 % para as pessoas com idade inferior aos 15 anos.

A afirmação é do ministro da Educação, em declarações à imprensa, à margem do acto da comemoração do Dia Mundial da Alfabetização, assinalado hoje, realizado no auditório do Centro Cultural Português, na Achada Santo António.

Amadeu Cruz lembrou os avanços que o País teve ao longo dos anos, neste sector, alegando que em 1975 Cabo Verde herdou uma situação de “analfabetismo generalizado” e apontando que as políticas educativas implementadas pelos sucessivos governos surtiram resultados destacáveis que colocam o País em patamares comparáveis com países mais desenvolvidos.

“Os desafios agora são para a consolidação das políticas educativas, em primeiro lugar as reformas em curso para continuaremos a consolidar a redução da taxa de abandono escolar que situa a volta de 1,5 % em 2023, mas também melhorarmos os resultados e evitarmos o analfabetismo de regresso”, afirmou.

Para que os desafios sejam ultrapassados, o ministro da Educação explicou que estão sendo desenhados e implementados “programas assertivos”, designadamente, o de superação educativa e técnico profissional, que vai estar em execução como projecto-piloto nas escolas técnicas da Praia, Mindelo, Assomada e do Porto Novo, e nos liceus dos Espargos e São Filipe.

Tudo isso, assegurou, visa dar uma “resposta estruturada” aos anseios dos jovens que estão fora do sistema.

“O Ministério da Educação procura estas respostas em alinhamento com outros sectores do Governo, mas particularmente com foco no desenvolvimento económico do País e na inserção ativa dos jovens no mercado de trabalho, evitando assim o analfabetismo de retorno”, realçou.

Ainda segundo Amadeu Cruz, com os dados existentes a nível da alfabetização e a taxa de analfabetismo, Cabo Verde tem sido sempre apontado como um “modelo e exemplo a seguir a nível da África”.

Apesar disso, afirmou que o País não está satisfeito, daí a necessidade de se trabalhar para atingir a ambição de alinhar o sistema educativo cabo-verdiano com os padrões de qualidade dos países da OCDE.

Para isso, explicou, é preciso melhorar as taxas de abandono e de sucesso escolar, bem como a criação de condições quanto a transição digital, infra-estruturas e acção social para garantir igualdade de acesso ao ensino, visando a redução das assimetrias quer sociais quer territoriais.

Ainda segundo o governante, o sector deve fazer esforços para diminuir as disparidades do sucesso escolar que afecta essencialmente os rapazes.

A ONU indica que no mundo há pelo menos 763 milhões de jovens e adultos sem aptidões básicas de alfabetização, e frisa que a situação piorou com a combinação de crises das alterações climáticas, conflitos e da Covid-19.

O Papa, na sua mensagem alusiva à data, realçou que a educação e a aprendizagem da alfabetização desempenham um papel central e primordial no desenvolvimento de cada pessoa, na sua integração harmoniosa na comunidade e na sua participação ativa e efetiva no progresso da sociedade.

O Dia Mundial da Alfabetização é celebrado este ano sob o lema “Promovendo a alfabetização para um mundo em transição: construindo as bases para sociedades sustentáveis e pacíficas”, tem como propósito fomentar a alfabetização nos vários países do mundo.

Inforpress

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