Na tarde de domingo, uma viatura com militares que se deslocavam ao perímetro florestal de Serra da Malagueta para ajudar a combater o incêndio, sofreu um acidente que resultou na morte de oito militares e um técnico florestal.
O Chefe de Estado Maior das Forças Armadas atualizou os números e informou que quatro dos militares mortos são de São Vicente, dois de Santo Antão e dois da ilha de Santiago, sendo que as causas do acidente ainda estão por apurar.
Este responsável, segundo a RCV, afirmou que um inquérito será instaurado para apurar as causas do acidente e que os corpos estão a ser transladados para as respetivas ilhas para as cerimónias fúnebres.
António Duarte, Chefe Estado Maior das Forças Armadas, recordou que o mês de abril se tem revelado fatídico para as Forças Armadas, referindo-se ao incidente de 2016 em que 11 pessoas perderam a vida. No entanto, garantiu que a corporação não se deixará intimidar no cumprimento da sua missão.
Apesar da tragédia, a grande contingência de militares permanece no terreno para prestar apoio à população afetada pelo incêndio e para dar os cuidados necessários decorrentes do acidente. A perda dos oito militares é sentida em todo o país e o Chefe Estado Maior das Forças Armadas expressou a sua solidariedade, afirmando que “não há palavras para expressar a tristeza e a dor que todos nós sentimos”.
Importa referir que o Ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, reuniu hoje, na sede do Parque Natural da Serra Malagueta com a Direção do Parque, Direção Nacional do Ambiente e a Direção Geral da Agricultura Silvicultura e pecuária, para planear medidas de atenuação do impacto do incêndio e criar as condições para a sua operacionalização e implementação.
De realçar, que este é o terceiro dia do incêndio, que ainda não foi dado por extinto. Existe pelo menos mais um foco que esta a ser combatido, e de acordo com as informações da Proteção Civil e dos Bombeiros, ainda no decurso do dia de hoje é possível extinguir o fogo se se mantiver as condições atmosféricas, conforme o ministério.
Cabo Verde anuncia pensões para famílias de militares mortos em incêndio
O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, anunciou hoje que serão atribuídas pensões para os familiares dos oito militares que morreram num acidente durante o combate a um incêndio.
“No Conselho de Ministros de amanhã [terça-feira], aprovarei a atribuição de pensões às famílias dos militares falecidos como fizemos relativamente ao acontecimento de Monte Tchota [militar que matou a tiro outros 11 em 2016]”, anunciou Ulisses Correia e Silva após visitar a área do incêndio, na Serra da Malagueta, Tarrafal, e os feridos na sequência do mesmo acidente de viação internados no hospital da Praia.
“Prometo apoiar não só as famílias afetadas, mas também os agricultores e criadores de animais cuja produção foi atingida pelo incêndio. Este é um momento de comoção e solidariedade, e reconheço o esforço incansável dos bombeiros, proteção civil e militares no combate a este incêndio”, afirmou ainda.
“Unidos, Cabo Verde superará este momento”, acrescentou, destacando “a bravura dos militares, agentes da proteção civil, bombeiros e civis que lutaram contra as chamas”.
O número de vítimas mortais devido ao acidente de viação ocorrido no domingo durante o incêndio na Serra da Malagueta, ilha cabo-verdiana de Santiago, subiu para nove, com a morte de um técnico daquele parque natural.
De acordo com fonte do Ministério da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde, a nona vítima mortal é um técnico do Parque Natural da Serra da Malagueta, e o óbito resultou igualmente do acidente com um camião das Forças Armadas cabo-verdianas.
Dez militares tiveram de ser assistidas no hospital da capital, mas dois já tiveram alta médica, segundo a direção hospitalar.
O gabinete do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Cabo Verde tinha referido inicialmente sete mortos no acidente com a viatura militar, que ocorreu pelas 17:20 (19:20 de domingo em Lisboa) e na qual seguiam os operacionais destacados para a missão de apoio ao combate aos incêndios que deflagraram na Serra Malagueta e Figueira das Naus, a cerca de 50 quilómetros a norte da cidade da Praia.
Entretanto, esse número foi atualizado para oito militares, além de vários feridos graves, além do técnico do Ministério do Ambiente.
“Informa-se ainda que foi acionada, de imediato, toda a equipa de saúde das Forças Armadas para prestar apoio aos serviços de saúde que receberam os sinistrados. Neste momento, estão sendo identificadas as vítimas mortais por forma a efetuar a comunicação aos familiares das mesmas e prestar todo o apoio necessário”, acrescentou-se no comunicado anterior.
O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, anunciou, ao início da noite de domingo, que o Governo “decidiu decretar dois dias de luto nacional em memória às vítimas” deste acidente.
De acordo com fonte do Serviço Nacional de Proteção Civil de Cabo Verde, o incêndio deflagrou no sábado, pelas 10:30 (12:30 em Lisboa), atingindo a Serra Malagueta, Figueira das Naus e Fundura.
Na tarde de domingo, as chamas, entretanto controladas, chegaram a ser combatidas por 200 operacionais de praticamente todas as corporações de bombeiros da ilha de Santiago, bem como por militares das Forças Armadas, apoiados por dois veículos pesados de combate a incêndios, quatro ligeiros de combate a incêndios e três ambulâncias.
O incêndio obrigou à retirada de dez famílias da localidade de Figueira das Naus e provocou cinco vítimas ligeiras e uma em estado grave, todas transportadas para o hospital.
LUSA