O Presidente da UCID (União Cabo-verdiana Independente e Democrática) fez duras críticas à falta de previsão e responsabilidade no setor dos transportes em Cabo Verde, destacando a negligência por parte das autoridades e do governo em lidar com os problemas recorrentes de mobilidade durante as épocas altas, afirmando que a situação é uma “falta de respeito ao povo cabo-verdiano”.
Em conferência de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira, na sua sede em Mindelo, João Santos Luís, abordou de forma contundente as deficiências do sistema de transporte do país.
Com uma ênfase, em particular nas épocas de maior movimento, João Santos Luís afirmou, que a falta de planeamento e previsão por parte das autoridades é prejudicial tanto para os cabo-verdianos quanto para os turistas.
“Tudo o que está a acontecer, principalmente nas épocas altas é uma falta de respeito ao povo cabo-verdiano”, declarou este líder que reconhece a fragilidade do setor, mas há uma necessidade de haver previsões, que segundo este, não existe, e que “as autoridades e o próprio governo não estão interessados”.
O governo, criticou o político, não disse uma palavra perante o sofrimento durante todo este verão dos cabo-verdianos e turistas sofrem com a mobilidade entre as ilhas.
O líder da UCID enfatizou que as medidas atualmente implementadas no setor de transporte são reativas, carecendo de um plano. “O governo e as autoridades têm agido na reação. Portanto, as medidas que são implementadas sobretudo nas épocas altas são medidas de reação, pois não há uma previsão”, afirmou.
A título de exemplo citou problemas que poderiam ser evitados com uma melhor previsão, incluindo incidentes como o da Agência de Aviação Civil (AAC) que impediu um avião de voar devido a problemas técnicos.
“A UCID quer e exige que as companhias e o próprio governo exijam responsabilidades das companhias no aspeto de previsão. Não há plano. Quando há plano, há previsão”, argumentou.
O democrata-cristão criticou a falta de supervisão adequada por parte da AAC, apontando que a agência não desempenha seu papel de auditar o setor com a antecipação e necessidade exigidas.
Arménia Chantre – Estagiária