A questão dos idosos que vivem abandonados, na ilha de São Vicente ,está a preocupar as autoridades . É que essas pessoas vivem sozinhas, a mercê da sua sorte e quando morrem,os vizinhos só se apercebem quando o corpo já se encontra em avançado estado de decomposição e o mau cheiro invade o bairro.
O caso do idoso encontrado morto numa residência, na quarta-feira passada,na ilha de São Vicente trouxe de novo para a praça pública a discussão sobre a situação dos idosos que vivem sozinhos e abandonados à sua própria sorte. É que em menos de uma semana, as autoridades criminais e sanitárias registaram duas mortes de idosos, que viviam sozinhos e abandonados.
Nestas circunstâncias mostram-se preocupadas com esta situação, que tem sido recorrente, na ilha de São Vicente. Por isso asseguram que é urgente que as famílias assumam as suas responsabilidades perante os familiares com idade avançada. Uma vez que muitos são asilados em residências e posteriormente passam a viver sozinhas e abandonadas. E que por saírem raramente a rua acabam por cair no esquecimento das pessoas, que vivem a sua volta.
NN conversou com um inspector da PJ e uma médica que partilham da mesma opinião a cerca deste problema que tem assolado a ilha de São Vicente. Segundo os nossos entrevistados “a família é a principal culpada quando ocorrem casos desta natureza. Visto que abandonam esses idosos, em alguma residência e não lhes prestam qualquer auxílio. A maioria padece de alguma doença e precisa de apoio regular”.
Responsabilidade
O certo é que esses cidadãos precisam de um acompanhamento diário, por parte dos familiares. Mas, a verdade é que muitos só dão a cara quando o familiar é encontrado sem vida, dentro da sua residência. E há casos daqueles que não assumem as suas responsabilidades pelo abandono, mas criticam o trabalho das autoridades, quando há uma situação, onde é impossível realizar uma autópsia.
No entender dos nossos entrevistados “a maior parte das mortes resulta de doenças prolongadas ou devido a idade avançada dessas pessoas. Mas o certo é que depois de abandonadas vivem retraídas no seu meio. Isto é, saem poucas vezes a rua, pelo que os vizinhos nem dão pela sua falta. E quando morrem só são descobertos quando o mau cheiro, do corpo espalha-se pelo bairro”.
Por outro lado defendem que “quando se encontra o corpo em avançado estado de decomposição, evidenciamos esforços para fazer a autópsia, para saber a causa da morte. Mas há casos, onde a putrefacção do cadáver impossibilita a realização do exame, ao mesmo tempo que traz riscos para a saúde dos moradores. Por isso ordena-se a sua condução imediata ao cemitério. E há famílias que criticam o nosso procedimento, quando na verdade elas poderiam ter evitado essa fatalidade”.