A notícia do pedido de demissão do Chefe de Estado-maior das Forças Armadas, General Alberto Fernandes, já havia sido avançada, mas foi confirmada pelo próprio à Nação numa conferência de imprensa. O General assume a sua cota parte nas responsabilidades no ocorrido e diz estar “sem condições morais, emocionais e psicológicas” para continuar à frente das Forças Armadas de Cabo Verde.
O acto foi cometido por um soldado sob o seu comando e, neste sentido, mostra que não havia alternativa a não ser pedir as demissões, devido também aos “impactes negativos que esse incidente tem provocado” junto da sociedade civil e da comunidade internacional. “Tendo em consideração a perda de onze vidas humanas, atendendo que o acto foi cometido por um militar sob o meu comando e pelo sofrimento infligido às famílias das vítimas e da sociedade cabo-verdiana, enquanto responsável máximo das Forças Armadas de Cabo Verde, assumo na plenitude as minhas responsabilidades resultantes deste incidente”.
Para o General Alberto Fernandes este acto de demissão prende-se com questões de ética, honra, prestígio e bom nome das Forças Armadas e “pelo respeito ao País, aos familiares e por uma questão de dignidade pessoal”, confirma a apresentação do pedido de demissões.
As demissões do Chefe de Estado-maior das Forças Armadas seguem-se às do Comandante da Guarda Nacional, responsável pelo destacamento de Monte Tchota, Comandante de Logística e também do Inspector das Forças Armadas.
Sobre o destacamento de Monte Tchota, Alberto Fernandes avança que os contactos eram feitos via telefone. Acrescenta ainda que o Tribunal Militar cessou as suas funções em Novembro de 2015 e que estava no processo de nomeação de novos corpos constituintes do Tribunal.
“Estamos em estado de choque e não há palavras que substituem a dor dos familiares, amigos e colegas. Em meu nome pessoal peço desculpas à Nação, aos familiares e ao Governo de Espanha”, finaliza o General Alberto Fernandes.