Depois de ter estado hospitalizado após “numa brutal agressão” em Las Palmas, o artista cabo-verdiano Yuran Henrique, que estava em Grã Canária para uma exposição na Casa África, vai inaugurar na próxima terça-feira, 01 de Agosto, a sua exposição”Lalonji (longe daqui)”.
A exposição, segundo uma nota da Casa África desenvolve-se a partir das perceções trazidas por São Vicente, ilha natal do autor da obra, criando um jogo de investigação sensorial que sugere experiências pessoais, ficcionais e históricas, criando fábulas insulares de terra, mar e vento.
“Deste pensamento resulta uma mistura de trabalhos de diferentes materiais (tecidos, papel, ferro) tratados com delicada navegação pictórica, onde há um diálogo entre eles e suas próprias características como objeto/obra/essência para aproximar uma paisagem de transitoriedade”, explica.
A mesma fonte indicou que com esta exposição o artista, quer trazer narrativas que reflitam sobre as formas hegemônicas de conhecimento. “Questões sobre como se distribuem os nossos afetos e como configuramos as nossas sensibilidades perante o que nos rodeia para promover diferentes possibilidades de interação social que nos permitam emergir e calibrar a nossa diversidade, organizando assim as nossas memórias de representação e avançando para novas dimensões contemplativas”, refere a instituição.
Casa África, é uma instituição diplomática espanhola que segundo o portal oficial tem como objetivo fortalecer as relações com os países africanos através de atividades económicas, sociais, culturais ou políticas.
Natural de São Vicente, Yuran Henrique é um artista multifacetado e inventivo que explora constantemente temas relacionados com a perceção e a representação, e as dinâmicas sociais contemporâneas, ao mesmo tempo que se liga fundamentalmente às qualidades afetivas de diferentes materiais.
Em 2016 fez parte do colectivo de artistas plásticos, “Visual Arts – Cabo Verde Contemporâneo 2016”. Nesse mesmo ano realiza a sua primeira exposição individual “Artérias do Tempo”, com apoio da Câmara Municipal da Praia.
Em Abril de 2017 inaugura a exposição “Reversos” no Palácio Cultural Ildo Lobo, e em Julho do mesmo ano participa na conceituada Bienal de Cerveira, em Portugal, para Jovens Criadores da CPLP.
Em Novembro deste ano realizou uma nova amostra de pintura intitulada “Mitografia” durante o festival de teatro Mindelact, no Mindelo, sua cidade natal.
Posteriormente, foi convidado pela Embaixada de Espanha a realizar uma residência artística no CAAM, Centro Atlântico de Arte Moderno, no Cabildo das Canárias, Espanha, resultando em 11 novas telas reunidas na exposição “Calendários”, de maio a Julho de 2018, que foi exposto no mesmo museu.
Já em 2022 participa no programa da escola de arte Ásíkó, em Lagos, Nigéria, um programa dedicado a artistas e curadores. Também este ano, 2022, ganha o prémio “África No Filter 2022 Emerging Artists Fellows”.
Mais recentemente, as suas estampas surgiram na passerelle da SPFW – São Paulo Fashion Week, onde duas modelos desfilaram com vestidos da colecção da estilista cabo-verdiana Angela Brito.