Os efeitos do fenómeno climático El Niño refletiram-se recentemente nos períodos de chuva e seca em África, «aumentando dramaticamente» o número de pessoas com fome, cerca de 32 milhões, indica um relatório da ONU.
«Devido ao El Niño, é previsão que a insegurança alimentar piore nos próximos meses, especialmente na Etiópia. No início de 2016, é esperado que o número de pessoas afetadas e necessitadas de assistência humanitária suba para 32,1 milhões», revela um relatório do do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA).
O mesmo documento sugere que mais dois milhões de pessoas da África Oriental podem ser vítimas de cheias e inundações, enquanto outras vão sofrer com seca severa.
«Desde maio o total de pessoas afetadas subiu de 18,5 milhões para 25,3 milhões, temendo-se que, em janeiro de 2016, possa chegar aos 32,1 milhões», diz o relatório.
Sudão, Eritreia, Etiópia e Djibuti podem ser alvo de seca extrema, por outro lado Quénia, Somália e Uganda, correm sérios riscos de cheias e inundações.
O El Niño é desencadeado pelo aquecimento da temperatura das águas à superfície no oceano Pacífico e pode provocar, ao mesmo tempo, chuvas torrenciais numa parte do planeta e secas severas noutras.
Estes cenários «podem levar a um aumento significativo de doenças, como a malária, dengue, diarreia e cólera, as principais causas de morte entre as crianças», alertou também a UNICEF.
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