O Presidente da República, José Maria Neves, considerou hoje, em Assomada, natural o debate da moção de censura proposta pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), no Parlamento.
O Chefe de Estado falava em declarações aos jornalistas, em Assomada, à margem da sua participação na imposição de fitas aos finalistas do Liceu Amílcar Cabral (LAC), enquanto padrinho dos mais de 230 alunos finalistas, que teve lugar no polidesportivo de Nhagar.
“Isto [moção de censura] é natural. Nós temos em Cabo Verde que naturalizar os antagonismos. São instrumentos de fiscalização e do controle da acção política do Governo e é natural que haja esse debate”, defendeu, lembrando que no passado também houve moção de censura e moção de confiança.
“Portanto, é natural. Espero que se faça um debate elevado no parlamento. E vamos poder acompanhar as conclusões desse debate”, finalizou o mais alto magistrado da Nação.
O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) entregou na terça-feira, 11, na Assembleia Nacional, uma proposta de moção de censura ao Governo pelas “práticas reiteradas de falta de transparência” na gestão dos recursos públicos e pela “tentativa de esconder ilegalidades”.
Conforme o documento apresentado pelo grupo parlamentar do maior partido da oposição e admitido na terça-feira, 11, pelo presidente da Assembleia Nacional, em causa estão, entre outros, os casos de privatização e concessão, da gestão dos Fundos do Turismo e do Ambiente e a mais recente colocação para venda do edifício da Embaixada de Cabo Verde nos Estados Unidos de América.
De acordo com uma fonte da Assembleia Nacional a discussão e votação dessa proposta de moção de censura ao Governo deve acontecer na sexta-feira, 14, três dias após a sua admissão pela mesa da Assembleia Nacional.
FM/HF
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