São Vicente: UCID afirma que continua a haver desigualdades no acesso à educação

7/07/2023 16:01 - Modificado em 7/07/2023 16:02

 União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) considerou, hoje, no Mindelo que ainda persiste o problema de desigualdades no acesso à educação porque há crianças com significativas perdas de aprendizagens, principalmente as provenientes de famílias pobres.

Esta afirmação foi feita em conferência de imprensa pela deputada da UCID Dora Pires, numa análise aos sectores da governação do País, em antevisão ao debate do Estado da Nação que deverá ocorre antes das férias parlamentares.

Segundo Dora Pires, com a covid-19, estudos acabaram por demonstrar que “houve alunos que ficaram para trás, houve perda de aprendizagem, não conseguiram acompanhar as novas formas de ensino em Cabo Verde” e também por falta de materiais e comunicação.

Conforme a deputada, apesar de a taxa de aprovação de 2021/22, no Ensino Básico Obrigatório, situar-se à volta dos 83,9 por cento (%) com uma taxa de abandono escolar de 0,1 %, e no Ensino Secundário ter uma taxa de aprovação de 73,7 %, e de abandono escolar em 0,5 %, num universo de 130 mil alunos, “é possível e deve-se fazer mais”.

Igualmente, defendeu que se deveria fazer mais em relação aos professores, para reduzir as pendências, dar dignidade a quem esteja a ir para a reforma e aos que se submetem ao concurso de recrutamento.

“Continuamos com professores desanimados porque muitas situações ainda não foram resolvidas, algumas foram e é de se louvar, o esforço que o Governo vem fazendo, mas ainda há necessidade de mais”, reiterou a mesma fonte.

Para a parlamentar, “não se aceita” professores a irem à reforma sem terem primeiro a sua promoção e ter a sua carreira “bem organizada” e hoje recebem um salário que “não deveriam estar a receber, revelou Dora Pires, citando ainda a existência de professores com “contratos precários que que “são obrigados” a submeterem-se ao concurso novamente para dar aulas” no ano lectivo seguinte.

Para Dora Pires, há necessidade de aumentar a fatia do Orçamento do Estado para a Educação, porque, igualmente, estudos revelaram que de 2016 a 2020 foi investido 2,3 % no pré-escolar, 36,9 % no básico, 31,1 % no secundário e 24 % no ensino superior.

No término do ano lectivo, Dora Pires afirmou que há “muita insatisfação” no corpo docente e nos pais e encarregados de educação, pelo que é preciso alertar ao Governo sobre alguns aspectos que precisam ser melhorados.

Neste caso, defendeu a necessidade de uma revisão sobre os agrupamentos para ver se há necessidade de continuar ou não, fazer melhorias para que os pais não fiquem em filas por longas horas para matricular os filhos, que o pré-escolar seja 100 % assumido pelo Governo, disponibilizar manuais para todas as disciplinas do 1º ao 8º ano, revisão do sistema de avaliação, criar programas de ensino técnico e a revisão da atribuição de bolsas para formação superior, entre outros

Inforpress

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