SINDEP quer que a voz dos professores seja levada em conta pelos decisores 

4/07/2023 15:55 - Modificado em 4/07/2023 15:55

O Sindicato Nacional dos Professores de Cabo Verde, SINDEP, quer a voz dos professores no centro das decisões. Esta é uma das recomendações do relatório do fórum “Repensar a Educação é uma tarefa de todos”, que aconteceu no mês passado, 10 de junho, em São Vicente.

Para o vice-presidente do SINDEP fórum serviu para debater a reforma curricular, num evento que contou com a envolvência de professores, pais, encarregados de educação e representantes de outras instituições. 

Do evento saíram várias recomendações, que hoje foram divulgadas pelo sindicato em conferência de imprensa no Mindelo. Uma das primeiras recomendações, apontou Nelson Cardoso, é de se passar a auscultar a classe docente e assumir que estes “são importantes e não meros cumpridores”, apontou o sindicalista que afirma, ainda que“se a educação é inclusiva então o Ministério da Educação deve passar a auscultar os professores, já que são os realizadores de quaisquer reformas ou ações”.

A segunda recomendação do fórum tem a ver com a criação de conselhos consultivos, tanto defendeu que se deve criar um verdadeiro conselho consultivo nacional com a inclusão direta e obrigatória dos professores  através dos seus legítimos representantes, os sindicatos.

Ainda defendeu-se, segundo Cardoso, a criação de conselhos consultivos regionais. “Também é preciso estabelecer um pacto com os políticos e atores sociais sobre a educação para a um período de 20 ou 25 anos, evitando que as reformas ou revisões curriculares sejam caprichos de governos e governantes ou partidos que assumem o poder”. 

Defende que é preciso definir que cidadãos queremos e as reformas curriculares devem, então somente responder a isso.

Uma outra conclusão é que se deve e deve abandonar o sistema prescritivo e os currículos industrializados que, segundo Nelson Cardoso, não coincidem com a realidade do país. 

“Estes obedecem a lógica e interesses internacionais que não coincidem com os principais objectivos e sim apostar nos currículos que são construídos que são realmente inclusivos e condizentes com a realidade do país”.

Reforma curricular, acusou, foi pensado simplesmente numa lógica economicista, visando apenas popular na contratação de professores, uma vez que a carga horária lectiva semanal foram diminuídas drasticamente, levando ao sres e estresse e esgotamento dos professores e alunos e consequentemente a uma educação sem qualidade desejada e necessária. 

“Os alunos e professores estão sobrecarregados e nisto há responsáveis, o governo e Ministério da Educação e por último, o carrasco e bode expiatório, os professores”, salientou o sindicalista que diz ainda que estes, sempre pagam pela culpa dos outros.

Sobre o sistema de avaliação em execução, diz que esta é praticamente irreal e fictícia. “O sistema defende algo inexequível, uma vez que cada aluno é avaliado em seis ou mais itens num triste. Logo para um professor que tem 10 turmas cada turma com 30 alunos no mínimo terá que fazer 1800 avaliações e o aluno, com cerca de duas avaliações por trimestre”.

Daí, o apelo de Nelson Cardoso aos pais para acompanharem de perto a vida escolar dos seus filhos e educandos porque “como o sistema educativo está, prejudica e muito a formação dos seus filhos e educandos”.

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