A secretária executiva da Comissão de Coordenação do Álcool e outras Drogas (CCAD), Zânia Silva, garantiu que existe uma rede forte de combate ao tráfico e consumo de drogas no país e que tem apresentado resultados “positivos”.
Esta responsável, que falava em entrevista à Inforpress no âmbito do Dia Internacional Contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas, que se assinala hoje, 26 de Junho, reiterou que a comissão tem trabalhado de perto e activamente com as comunidades, desenvolvendo actividades e encontros com foco na prevenção e sensibilização.
De acordo com Zânia Silva, o lema adoptado este ano “Colocar as pessoas em primeiro lugar” tem por objectivo acabar com a estigma e descriminação e realçar a importância do respeito e empatia com os toxicodependentes, sem o habitual juízo de valores.
De entre as actividades realizadas, destacou o encontro com o grupo Mulheres Guerreiras para uma conversa “aberta e descontraída”, e o encontro com as chefes-de-família na localidade de Água Funda, na Praia, em parceria com a Associação Comunitária Lem de Paz e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (ONUDC).
Ainda no que concerne a estas actividades, a mesma garantiu que continuarão a ser promovidas durante todo o ano, uma vez que se está a falar de uma doença que “não tem cura”, porém tem tratamento.
“Dentro da Comunidade Terapêutica Granja São Filipe estamos com actividade desde o dia 13, o mesmo com a comunidade em São Vicente, temos estado na unidade livre de drogas dentro da cadeia, temos estado também a realizar intercâmbios culturais, conversas abertas, trabalhando fortemente com as famílias, investindo na prevenção. Se trabalhássemos com as crianças, adolescentes e jovens não tínhamos pessoas nos centros de tratamento, e não tem ninguém melhor que a família “, disse, ressaltando os ganhos dos centros que prestam serviço na matéria.
Segundo a responsável, cabe entender que quem consome tem as suas responsabilidades, acreditando que levando as informações certas, baseados em evidências reais e o resultado do convívio com as substâncias, poder-se-ia ter um enorme impacto na diminuição deste male, como o caso do álcool que faz parte da cultura cabo-verdiana há muitos anos.
“Vamos ter um acto central no salão de banquetes no Palácio do Governo das 08:30 às 12:30 e vamos ter também oradores que vão desconstruir o lema e levar as questões sobre o estigma e a descriminação, dentro do processo e o que pode contribuir para as pessoas na procura de ajuda, sempre colocando-se no lugar do outro” avançou, realçando que haverá momentos de reflexão com relatos dos toxicodependentes.
Conforme assegurou, o Governo tem feito a sua parte investindo na capacitação dos técnicos, estruturas de saúde e alargando espaços de respostas e tratamento, contudo, alertou, é uma luta de todos e “manter a parceria é importante” neste processo.
“É uma luta de todos e todos devem trabalhar, não é somente da responsabilidade do Governo, tanto a CCAD, por ser a parte nacional, como associações e comunidade religiosa devem andar juntos para traçar um caminho juntos. Isso acaba por, em conjunto, buscar cada vez mais alternativas e lidar com isso” alertou, apelando ao abraço solidário para que seja possível atingir os objectivos.
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Inforpress/Fim