No final da Visita do representante Escritório das Nações Unidas de Combate à Droga e ao Crime (ONUDC) para a África Ocidental, Pierre Lapaque, deixou claro que há muito para ser feito para travar o crime organizado e que Cabo Verde passa por muitas dificuldades para travar o tráfico. Em média 30 à 35 toneladas de droga passam pela região com destino a Europa. Quando da queima dos 500 kg de cocaína apreendido em São Vicente no caso Perla Negra, o director da Polícia Judiciaria diz que estavam cientes que mesmo com a apreensão da droga ainda há muita cocaína que não se consegue apreender.
O representante da ONUDC sublinha que a ideia é trabalhar com o governo para ver a possibilidade de cooperação, melhorar colaboração e dar todo o apoio possível ao país. Isto porque uma das limitações é a falta de meios humanos e técnicos para o combate ao narcotráfico. “É possível fortalecer as Forças Armadas, a Polícia Judiciária (PJ) e todos os serviços de informações do país para que possam ter um melhor conhecimento dos problemas serem mais activos e proactivos nesta guerra contra o crime organizado”.
O Ministro da Justiça, José Carlos Correia acrescenta alguns factos para o combate ao narcotráfico e admite que o problema do país pode ser a questão da execução de pena. “O nosso ponto fraco é a execução de penas ,porque não temos ainda instalado o Tribunal. Também não temos uma cadeia de alta segurança. Temos uma cultura organizacional a nível das prisões muito deficitária, que tem dado sinais de fraquezas. Estamos a apostar em reforçar isso. Seguramente, a ONUDC vai nos ajudar a analisar e compreender bem melhor essas fraquezas e a termos os melhores remédios”, salientou o ministro.