O prémio Nobel da Economia Jean Tirole afirma que França deve seguir o exemplo da Alemanha e da Suécia e comprometer-se com reformas no mercado de trabalho e no Estado.
“Devemos seguir o exemplo de países com a Alemanha e a Suécia, que viveram momentos difíceis e que fizeram muitas reformas, afirmou o economista francês Jean Tirole, numa conferência de imprensa em Estocolmo, na Suécia, sublinhando que França tem muitos “pontos fortes”.
Para Tirole, Paris tem de “fazer reformas para que as pessoas voltem ao trabalho” e também tem de “reformar o Estado como muitos países fizeram”.
“Se não tivermos uma economia viável, a dívida aumenta e, depois, a dado momento, temos de acabar com o Estado-Providência, o que, do meu ponto de vista, seria desastroso”, diz alertando para a necessidade de estar “preparado para o futuro e seguir o exemplo dado particularmente por este país”, a Suécia.
Em 2003, Jean Tirole propôs uma série de reformas profundas no mercado de trabalho francês, defendendo que era preciso criar “um contrato de trabalho único”, abolindo a distinção entre contratos de duração indeterminada (CDI) e contratos de duração determinada (CDD).
Jean Tirole, que foi o terceiro francês a receber o prémio Nobel da Economia, presidiu a Fundação Jean-Jacques Laffont-Toulouse School of Economics, que reclama ser “um dos dez melhores centros de investigação económica do mundo”.
O economista vai receber o prémio na sexta-feira, em Estocolmo, pelas mãos do rei da Suécia, Carl XVI Gustaf, ao mesmo tempo que os outros laureados de 2014, à exceção do Nobel da Paz, que receberá o galardão em Oslo.
OJE/Lusa