Governo faz balanço dos 15 dias de erupção
7/12/2014 21:54 - Modificado em 7/12/2014 21:54 ERUPÇÃO DO VULCÃO DO FOGO
RESUMO
07 de Dezembro de 2014
Eis que, passados 15 dias após o início da erupção vulcânica, faz-se necessário resumir os acontecimentos
Sábado, 22 de Novembro
- O Presidente do INMG contacta, no final da tarde, o Presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil – SNPC, Tenente-Coronel Arlindo Lima, a alertar que existia uma probabilidade grande de haver uma erupção vulcânica.
- INMG informou ao Presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina- Fogo a possibilidade de acontecer uma erupção, por voltas das 23h30mn
PRIMEIRA SEMANA
Domingo, 23 de Novembro
- INMG, por volta das 06h, confirma que probabilidade de uma erupção vulcânica eminente ao Presidente do SNPC.
- Presidente do SNPC articula a evacuação da população de Portela e Bangaeira com o Presidente da Câmara Municipal de Cova Figueira que também é o presidente municipal da Proteção Civil, Aquileu Amado, que também já havia feito as devidas articulações para ação no terreno com os demais presidentes das câmaras da ilha.
- Ministra da Administração Interna, Marisa Morais é informada pelo Tenente-Coronel Arlindo Lima, por volta das 8h45, que a erupção vulcânica era eminente (a qualquer momento)
- Ministra da Administração Interna, Marisa Morais, determina que seja acionado o Plano Especial de Emergência das Erupções vulcânicas e reúne-se com a Proteção Civil, por volta das 10h30, para avaliação da situação e tomada de decisões. Para isso, ouviu os 3 presidentes das Câmaras do Fogo e, também, o da Brava e deu as devidas orientações para iniciarem a implementação do Plano de contingência e do plano de emergência em caso de erupção.
- Rapidamente a Câmara Municipal de Santa Catarina mobiliza carros, camiões e voluntários para apoiarem na evacuação da população de Chã das Caldeiras
- Ás 9h45 a erupção tem o seu inicio.
- Por voltas das 13h um avião sai em direção ao Fogo com profissionais da proteção civil e da cruz vermelha, militares para reforçarem a equipa da Proteção Civil municipal, para além dos cientistas da universidade da UNICV e 1 jornalista e um cameraman.
- Via principal de acesso á Chã das Caldeiras é “cortada” pelas lavas que estavam em direção a Cova Tina
- Pelas 16h acontece a reunião do Conselho Nacional de Proteção Civil, que é constituído pelo MAI, MAHOT, MFP, MS, MIEM, Policia Nacional, Forças Armadas, autoridades aeroportuária e aeronáutica, onde Ministra Marisa Morais declarou estado de contingência e deu a orientações para que a Câmara Municipal de Cova Figueira efetuasse a evacuação de toda a população de Chã das Caldeiras.
- Um navio com medicamentos, colchões, mantas, camas, tendas, geradores e mais 18 militares sai da praia em direção ao Fogo.
- No final do dia de Domingo termina a evacuação das pessoas residentes em Chã das Caldeiras
Segunda-feira, 24 de Novembro
- Ministra da Administração Interna, Marisa Morais, o Presidente da Proteção Civil, Diretor Geral das Infraestruturas chegam ao Fogo e reúnem-se com instituições locais e centrais para avaliação e coordenação das ações a implementar.
A primeira decisão tomada foi a de se construir uma nova via de acesso alternativo e emergencial e assim, o Instituto de estradas e o MIEM iniciaram a identificação e avaliação da melhor localização para esta via e a articulação com as empresas construtoras residentes na ilha. E ainda, decidiu-se reforçar a presença da Policia Nacional e o contingente militar.
- Abertura e início de gestão dos centros de acolhimento dos desalojados, com uma resposta rápida do Ministério de Educação e Desporto que disponibilizou escolas e liceus de Achada Furna, Monte Grande e Mosteiros, para o alojamento das vítimas num primeiro momento.
- Realização do Conselho de Ministros de Emergência para tomada de decisões.
Terça-feira, 25 de Novembro
- Inicia-se o processo de abertura da via de acesso alternativo com a colocação das máquinas no terreno, pelo MIEM/DGI.
- Reforço da equipa do Serviço Nacional de Proteção Civil, com a chegada ao Fogo de coordenador de um coordenador de Operações e da Logística.
- Chegada ao Fogo do Corpo de Intervenção da PN
- Um barco da ENACOL leva ao Fogo mais profissionais da Proteção Civil, Policias Nacionais, mantimentos, tendas, geradores e bens de primeira necessidade.
- Lavas atingem parcialmente a sede do parque natural e algumas casas
- Dá-se início à evacuação dos bens que se estende até sexta-feira.
Quarta-feira, 26 de Novembro
- Avanço das lavas em direção ao monte amarelo
- Iniciou-se a abertura de um novo acesso à localidade por parte da Direção Geral da infraestrutura
- Primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, chega ao Fogo para se inteirar da situação, se reunir com autoridades e debaterem e decidirem questões relacionadas com a erupção vulcânica na ilha
Quinta-feira, 27 de Novembro
- Vulcão torna-se ainda mais ativo mas sem consequências a registar
Sexta-feira, 28 de Novembro
As lavas diminuíram de velocidade na sua ocupação de terreno
Sábado, 29 de Novembro
- A situação continua estável com a exceção de que 2 bocas do vulcão surgidas anteriormente se fundiram numa só.
- Chega uma equipa da Força Aérea portuguesa com o objetivo de entregar 22 rádios satélites para serem usados em caso de necessidade.
SEGUNDA SEMANA
Domingo, dia 30 de Novembro
- As lavas ganham maior velocidade e destroem completamente a sede do Parque Natural.
Segunda, 01 de Dezembro
- O vulcão dá uma trégua e as lavas têm um avanço pouco expressivo no terreno.
Terça-feira, 02 de Dezembro.
- As lavas avançam muito rapidamente e destroem o Hotel Pedra Braba, escola, posto policial, delegação municipal, posto de saúde e 39 casas, perfazendo 57 casas destruídas em Portela.
Quarta-feira, 03 de Dezembro
- As lavas não tiveram um avanço significativo no terreno
Quinta-feira, 04 de Dezembro
- Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, visita Chã das Caldeiras
- Fragata da Marinha portuguesa chega á ilha do Fogo para apoiar as operações no terreno, caso for necessário, para além de terem trazido uma equipa médica, mantimentos, medicamentos, cobertores, camas e outros
Sexta-feira, 05 de Dezembro
- Aumento de débito das lavas na boca eruptiva, mas avanço lento das lavas no terreno
Sábado, 06 de Dezembro
- Chega á ilha, no começo da tarde, trazido pelo navio Kriola, tendas sanitárias, esteiras, máscaras de proteção ração para combate oferecidos por Portugal, vindos na Fragata.
- Vulcão intensifica a sua atividade e as lavas avançam muito rapidamente por Portela em direção a Bangaeira
- Por volta das 18h30 lavas destroem o polidesportivo, 18 casas e a terceira via de acesso aberta desde o início da erupção.
- Acesso à Chã das Caldeiras condicionado
TERCEIRA SEMANA
Domingo, 07 Dezembro
- Nas primeiras horas de domingo, as lavas destruíram as igrejas adventista e católica e logo depois destruiu as partes traseira e dianteira da Adega de vinho
- Por volta das 6h da manhã, as lavas invadem Bangaeira e destroem o Pensão Marisa e cerca de 20 casas.
- 70% de Bangaeira é invadida pelas lavas (11h)
- Interdição total à Chã das Caldeiras
OUTRAS INFORMAÇÕES PERTINENTES
Papel da Proteção Civil durante a erupção
- Garantir a monotorização da atividade vulcânica e a movimentação das esquadras lávicas.
- Manter a ordem e a segurança
- Proteger as pessoas e os bens
- Coordenar todas as ações desenvolvidas neste cenário de contingência
Monitorização da atividade eruptiva
Foi montada uma equipa com cerca de 40 investigadores liderados pela vulcanóloga cabo-verdiana da UNICV, Sónia Silva.
Dentre estes investigadores, que se fixaram em Chã das Caldeiras, tínhamos especialistas em geologia, geoquímica, vulcanologia, cartografia, geografia, magnetismo, geomagnetismo e sismiologia, oriundos essencialmente de Cabo Verde, mas também de Portugal, França, Espanha e Itália.
Centros de Acolhimento
Foram criados 3 centros de acolhimento das vítimas de Chã das Caldeiras – Achada Furna, Monte Grande e Mosteiros.
Monte Grande – 298 pessoas
Achada Furna – 381
Mosteiros – 169
Total de 848 pessoas deslocadas (vitimas abrigadas)
Crianças foram imediatamente reintegradas nas escolas.
Consegue-se garantir alimentação, assistência médica e medicamentosa e assistência psicológica às vítimas.
Existe uma preocupação em garantir a segurança e o bem-estar das vitimas alojadas nos centros de acolhimento.
Recolha dos donativos
Existe um armazém central, para onde se está a canalizar todos os apoios concedidos e recolhidos, quer em termos de material técnico, equipamentos, vestuário e mantimentos. Estes, depois, são distribuídos para cada centro, consoante a necessidade manifestada e mediante requisição.
Solidariedade
Conta para depósito
A única conta oficial criada para receber apoio para as vítimas de Chã das Caldeiras é esta:
Banco Comercial do Atlântico
IBAN: CV640003000065324748
A favor da Associação Intermunicipal Fogo-Brava