A cultura cabo-verdiana ficou mais pobre, com a perda de um dos expoentes máximos das artes plásticas do arquipélago. Bela Duarte faleceu no final da tarde de ontem, 21 de junho, em São Vicente, vítima de doença prolongada.
Natural da ilha de São Vicente, Isabel “Bela” Duarte, de 83 anos, formou-se no Liceu e Escola Técnica do Mindelo onde, inclusivamente, fez o curso de Formação Feminina. Em Portugal frequentou os cursos de Artes Decorativas na Escola António Arroios e de Desenho Artístico na Sociedade Nacional das Belas Artes (SNBA).
Ainda conforme a sua biografia, de 1968 a 1974 lecciona Desenho Visual em São Vicente. E no ano de 1976 integra o grupo de professores que formam a Cooperativa Resistência.
Em 1978 participou na criação do Centro Nacional de Artesanato onde lecciona tecelagem, tapeçaria e batik, tendo no mesmo ano criado a Galeria Azul + Azul = Verde com Luisa Queirós em São Vicente. Mas ficou mais conhecida pela representação de sua obra em tapeçaria e batik.
Do seu percurso artístico, além de Cabo Verde, participou em exposições na Áustria, Bélgica, Estados Unidos da América, França, Itália e Portugal. Foi distinguida com a Primeira Classe da Medalha do Vulcão, em 2010, e Primeira Classe da Medalha de Mérito da República de Cabo Verde, em 2018.
O ministério da Cultura de Cabo Verde, já reagiu à morte da pintora, considerando, através da sua página no Facebook, que a “cultura cabo-verdiana está de luto”.
Conforme avançou “morre a artista, mas eterniza-se na sua arte”, referindo que recebeu, com sentimento de pesar, a notícia do falecimento da professora-artista Bela Duarte, uma figura incontornável da tecelagem, que parte, mas eterniza-se na sua Arte.
No mesmo documento, o Governo de Cabo Verde, através do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, endereça à família e amigos de Bela Duarte as mais profundas condolências.