O Governo apresentou na Assembleia Nacional a proposta de Orçamento Geral para o ano de 2015. À partida, a bancada do PAICV apoia a proposta enquanto que o MpD e a UCID posicionam-se contra o orçamento.
Sendo o último orçamento do actual Governo, o Primeiro-ministro afirma que a proposta integra um consistente programa de investimentos públicos, mas prevê, ainda assim, “uma gradual redução do investimento público em termos percentuais do PIB na medida em que o investimento privado vai ganhando forças”. Neves enaltece o cariz social do orçamento reservando 1,1 mil milhões de escudos para a pensão social. E ainda elogia as despesas com a saúde, com um aumento em relação a 2014, a educação e ainda a implementação para 2015 do projecto de desenvolvimento do sistema de abastecimento de água em várias ilhas.
Para Felisberto Vieira, líder da bancada do PAICV, o orçamento “está bem orientado não só para Cabo Verde, como também cumpre os objectivos do milénio, para além de preparar as bases para que o país possa integrar com realismo a agenda pós-2015”. E olha com satisfação para o equilíbrio entre as despesas e as receitas e fala da consolidação orçamental. E espera que a proposta seja vista como “uma firme determinação do executivo em cumprir rigorosamente o programa do Governo”.
Já para o MpD, o orçamento não é do seu agrado. “Uma economia estagnada que cresce um zero à esquerda abaixo do crescimento global da população e, por isso, incapaz de gerar emprego e rendimento às famílias, e tudo isso depois do Governo ter gasto mais de seiscentos e cinquenta milhões de contos”, como menciona Elísio Freire, líder da bancada do MpD. Para Freire, o orçamento vai aumentar a carga tributária, o que vai continuar a dificultar a vida das pessoas.
Sempre segundo Freire este orçamento é “incapaz de proteger os que sofrem da injustiça, punir os criminosos e impor o cumprimento das leis e defender os direitos das pessoas contra os poderosos, principalmente o Estado”.
A UCID também se posiciona contra a proposta de orçamento do Governo. “Temos um orçamento muito aquém daquilo que seria necessário para que pudéssemos entrar num clima de garantir às famílias o rendimento para se poderem alimentar”, referiu António Monteiro, presidente da UCID. E finaliza afirmando que o orçamento “não satisfaz as ambições e aspirações do povo cabo-verdiano”.