Documentário “Mar Liso” estreia-se a 22 de junho em São Vicente

19/06/2023 18:24 - Modificado em 19/06/2023 18:24

O documentário Mar Liso que narra a história deste último barco de madeira que ainda navega nos mares de Cabo Verde, com escala em São Vicente e São Nicolau, estreia-se a 22 de Junho em Mindelo. A estreia acontece pelas 19:00, no Centro Cultural do Mindelo e a entrada é gratuita.

O documentário “Mar Liso”, é da autoria do escritor e historiador José Cabral, o filme visa a preservação da memória deste património marítimo cultural nacional, que no dia 25 de Junho próximo completa 41 anos de serviço de cabotagem.

Ao longo da sua história, a ilha de São Nicolau experimentou momentos críticos de isolamento e não haverá um único cidadão da ilha do Chiquinho que não tenha de uma forma ou de outra beneficiado do Mar Liso ao longo destes anos que transportou mercadorias, pessoas, doentes, sinistrados e parturientes.

Daí a importância de prestar esta homenagem e preservar a memória deste emblemático barco, o único em madeira restante em Cabo Verde.

O documentário do Mar Liso, barco construído em 1927, contém cerca de 52 minutos, no qual nem coube todas as informações extraídas das entrevistas, conforme as informações disponibilizadas hoje à Inforpress por José Cabral.

Construído em 1927, Mar Liso completa também, este ano, 95 anos de existência, 42 anos em Cabo Verde, dos quais 40 anos a ligar São Vicente a São Nicolau, ressalvou José Cabral alertando que a embarcação está em iminência de aposentar-se.

Mar Liso, conforme o historiador, já abasteceu “muito e principalmente” a ilha de São Nicolau, sua terra natal, transportando mercadorias, pessoas, doentes, sinistrados, parturientes e, por estar próximo da sua aposentadoria, decidiu fazer esse trabalho.

Conforme avistou o autor, se está na era de barcos rápidos, ‘roll on roll off’, o carregamento manual vai deixando de existir, a própria Enapor (empresa de administração dos portos), explicou, já tem dificuldades em prestar esses tipos de serviços porque já não há estiva manual.

E, Mar Liso, continuou, está praticamente a operar como se operava a 200 anos atrás, e isso é muito histórico e emblemático para Cabo Verde, por isso, reiterou a necessidade da sua preservação: para daqui a uns anos quando deixar de existir, as gerações vindouras saberão como se carregavam os navios antigamente.

“Mar Liso já prestou serviços para ilha do Sal, Santo Antão, carregou derivados de combustíveis para vários ilhas, ele merece, sobretudo por ser representativo de todos os outros barcos de madeira que por aqui passaram, Manel Lica, Gilica, Gavião dos Mares e tantos outros”, frisou.

O projecto contou com o patrocínio do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, através do NUNAC – Núcleo de Cinema Nacional de Cinema, ENAPOR, SUCLA – Sociedade Ultramarina de Conservas, uma empresa privada, sempre engajada em causas sociais e culturais, Câmara Municipal da Ribeira Brava e Câmara Municipal do Tarrafal de São Nicolau.

NN/Inforpress

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