O ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, declarou hoje, no final de interpelação sobre as políticas de segurança, que o Governo vai analisar as propostas apresentadas pelos partidos da oposição para combater a insegurança no País.
No encerramento da interpelação, o autor da iniciativa, o PAICV (oposição), pela voz do deputado Rui Semedo reafirmou que a insegurança em Cabo Verde está num nível insuportável e insustentável.
“O MpD disse que os problemas sempre existiram. Sim os problemas sempre existiram, mas a pergunta que fica é se estamos condenados a conviver com o problema para sempre ou se é necessário colocarmos um basta nisso e mobilizar o País inteiro, os cabo-verdianos todos para dar um basta nisto tudo”, questionou.
Rui Semedo sustentou que o facto de o problema ter existido sempre e existir hoje não é razão suficiente para se acomodar e resignar-se.
“É claro que o crime virou mais sofisticado, virou mais complexo. Temos assaltos aos bancos, bombas de gasolina, a estabelecimentos comerciais, homicídios e assassinatos e a sua banalização. Isto não podemos permitir neste país. A violência gratuita, os ataques a personalidades, designadamente a presidentes de câmara, a deputados”, sublinhou.
“Temos de juntar as mãos para combater os problemas. É possível combater a insegurança, combater a criminalidade e fazer de Cabo Verde um País seguro”, disse o deputado e presidente do principal partido da oposição propondo um diálogo nacional profundo com todos sem deixar ninguém para trás.
“É preciso ter humildade suficiente para ouvir os outros para envolver os outros e combater essa situação grave por que passa o País”, sugeriu.
A UCID, por sua vez, afirmou que é preciso trabalhar muito mais para garantir a segurança dos residentes e visitantes de Cabo Verde e para tal propôs o reforço do policiamento comunitário, uma medida que, na sua perspectiva, se for bem feita poderá trazer os seus ganhos.
António Monteiro falou ainda da inteligência e investigação dos crimes, da prevenção do crime e da investigação precoce, na questão da educação, na cooperação e coordenação institucional e no monitoramento e avaliação da situação de segurança.
Ao intervir, o ministro Paulo Rocha adiantou que as propostas, que considera “louváveis”, foram registadas e prometeu entrar em contacto para os entendimentos que se impõem já que reconhece que são precisas pontes para um bom combate a esse mal social.
“Desde já estendo a ponte do Governo e reafirmo essa intenção. O Governo continuará a reforçar uma linha de intervenção, uma abordagem visando, simultaneamente, actuar sobre os factores de risco de vulnerabilidade, promover o desarmamento e desestruturação dos grupos de delinquentes pela via da dissuasão, da prevenção e da reacção também.
“A polícia hoje está muito mais preparada para responder, visando também diminuir a desordem e os riscos de agressão. Isso sim é política para segurança nas suas verdadeiras e diferentes dimensões”, sublinhou o governante falando do reforço da abordagem em sede das políticas de inclusão e protecção sociais direccionadas às famílias visando reduzir as diferentes formas de vulnerabilidades e necessidades.
Inforpress/fim