Aida Freitas estreia-se na poesia com a obra “Uma Imagem uma descrição” (O que lhe vai na alma)

31/05/2023 18:31 - Modificado em 31/05/2023 18:36

De Porto Novo, Santo Antão, para o mundo Literário via Lisboa, Portugal – Aida Freitas – estreia-se na poesia com a obra “Uma Imagem uma descrição” (O que lhe vai na alma). Uma compilação de textos escritos ao longo dos anos.

Aida Freitas natural do Concelho do Porto Novo, Santo Antão, concretizou, em Portugal o seu sonho de criança, o lançamento da sua primeira obra poética, “Uma Imagem Uma Descrição” (O que lhe vai na alma). A obra foi lançada em Setembro de 2022 e recentemente, fez a sua apresentação na Feira do Livro da FNAC em Faro. 

Viajou para Portugal, em fevereiro de 2020 e acabou por ficar confinada em terras lusas durante a pandemia de Covid-19 e dois anos depois, conseguiu tirar os “textos da gaveta” e realizar o seu sonho de infância. Deu estampa a sua primeira obra poética. Um livro com 54 poesias, fruto de vários anos de escrita e de muitos sentimentos a mistura. Diz que não veio para este mundo passear. “Já temos o dom da vida e devemos aproveitar a nossa passagem, para deixar o nosso legado”, afirma. 

Foi assim que se iniciou a nossa entrevista com a escritora portonovense, a partir de terras lusas, via internet. Aida Freitas revela que sempre foi o seu sonho ter o seu livro em mãos. “Folhear cada página e saborear o momento tem sido um prazer para mim”, desabafa.

O livro possui mais de cinco dezenas de poemas, todos originais. “Uma Imagem Uma Descrição – O que lhe vai na alma”, refere que ttransmite aos leitores vários sentimentos, tais como dor, alegria, esperança, valorização da amizade, amor e gratidão, através da poesia.

Com 36 anos de idade, diz que estes momentos têm sido mágicos. Afirma que os poemas foram escritos em datas diferentes, “e em resultado de diferentes estados de espírito”, refere a escritora, que no entanto surgem no livro, de forma estruturada conforme a importância dos sentimentos.

Natural de Berlim, Porto Novo, diz que as frases saem sem problemas, fluem entre a sua caneta e o bloco de notas. É através das palavras que Freitas deseja expressar incansavelmente. “Um poema sobre a amizade, uma canção sobre o amor” conta a nossa entrevistada, que sustenta ainda que a poesia é um gosto sem ter nenhuma relação familiar.

“Escrevo poesias quando preciso me encontrar, desabafar,”, diz esta poetisa, que realça ainda, que para escrever, aproveita tudo aquilo que é a sua vivência e os transforma em escritos. 

Escreve crônicas, romances, contos, canções e outras. Mas a poesia é aquela que conseguiu cativar o seu coração. Mas conseguir lançar esta obra precisou de trabalho, isso porque apenas escrever não chega. “Começei a estruturar as poesias, com apoio de pesquisas, sobre o que é a por forma a dar sentido aos textos, e assim conseguiu aprofundar o seu trabalho”.

“É aquilo que sinto que foi passado para o papel”, completa Aida Freitas que aconselha as pessoas que amam escrever poesia a continuarem “firmes” e não desistirem mesmo perante as dificuldades.

 “Acredito que todos os escritores têm o sonho de um dia publicar um livro. O maior desafio é o apoio financeiro, mas com força de vontade e persistência é possível realizar este sonho. O mais importante é não desistir e continuar a lutar, dando contributo para a nossa língua e a nossa cultura”, realçou.

A ida para Portugal, foi o ponto de viragem para esta jovem de Santo Antão, que acredita que a poesia é vida. Um dom, que precisa apenas de uma caneta e uma folha de papel. “Não consigo escrever no computador ou noutro aparelho, apenas no papel. E sinto que isso me conecta com o meu ser mais profundo”, desabafa.

“Hoje em dia, onde quer que eu vá, carrego comigo o meu bloco de anotações. No meu livro tem um poema em crioulo e surgiu na rua, veio uma melodia na minha cabeça. Gravei e depois comecei a escrever e ficou um poema musicado, com tradução em português”.

Todos os escritos possuem também histórias de quem a cercam. E nelas deixa passar a sua essência. “A escrita, a literatura é o alimento da alma, e temos que saber que as pessoas continuam a valorizar esta arte. Temos a obrigação de saber cultivá-la e as redes sociais estão aqui para isso”, concretiza Aida Freitas, que justifica que a escolha da língua portuguesa, para dar estampa ao livro, para assim ter maior abrangência. “Consigo chegar a vários países”.

Elvis Carvalho 

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