O secretário de Estado Adjunto da Ministra da Saúde disse hoje que as mais de cem mortes provocadas pelo consumo de tabaco, por ano, custam ao Estado de Cabo Verde, directa ou indirectamente, cerca de 1,62 milhões de contos.
Evandro Monteiro, que presidia a cerimónia de abertura do seminário realizado para assinalar o Dia Mundial sem Tabaco, este ano destacado com o lema “Vamos cultivar alimentos, não tabaco”, avançou ainda que o II Inquérito de Doenças não Transmissíveis de 2021 revelam que 10 por cento (%) da população adulta em Cabo Verde consome tabaco e que 70% consome 20 cigarros diariamente.
O governante, que defende a escolha de melhores caminhos na luta contra o uso do tabaco e do seu cultivo, sustentou ainda que o lema deste ano orienta para uma óptica e uma resposta “muito mais abrangente” e que vai muito mais além de medidas focadas apenas na saúde humana.
O lema, acrescentou, dá oportunidade aos decisores de pensarem e orientarem políticas a saúde ambiental com reflexos directos no ambiente.
Afirmou, ainda, que medidas de investimentos assertivas e adequadas têm sido, estão e devem ser implementadas de forma continuada, facilitando, entre outros, a segurança sanitária e permitindo o reforço da base alimentar, nutricional e desenvolvimento social.
Neste âmbito, explicou, Cabo Verde conta com planos estratégicos de combate e de um programa nacional de luta contra o tabaco que posiciona o país num patamar cimeiro na luta.
Já a secretária executiva da Comissão de Coordenação do Álcool e outras Drogas (CCAD), Zania Correia e Silva, começou o seu discurso realçando os dados do II inquérito de Doenças não Transmissíveis que indica uma permanência do fumo de tabaco na população adulta cabo-verdiana a volta de 9,6%, sendo mais elevada nos homens 15,7% e nas mulheres 3,2%.
“Dados do mesmo documento indicam que o tabaco mata em Cabo Verde, cerca de 104 cidadãos por ano, sendo 60% de mortes prematuras. Por isso, apesar dos avanços, muito deve ser feito para combater esse mal”, acrescentou.
A representante no seminário da Organização Mundial da Saúde (OMS), Edite Pereira, avançou dados que revelam que na região africana o número de fumadores continua a crescer, aumentando de 64 milhões de adultos em 2000 para 73 milhões em 2018.
Focou na sua comunicação sobre os perigos associados ao tabagismo e a exposição ao fumo, defendendo a renovação das acções de sensibilização em matéria de políticas eficazes para travar a epidemia do tabaco e o seu impacto nos indivíduos, sociedade e nações.
A epidemia do tabaco é um dos maiores desafios que o mundo vem enfrentando, e é responsável, anualmente, por cerca de 8 milhões de mortes, sem se falar da sobrecarga do tabagismo passivo no sector de saúde.
O Dia Mundial Sem Tabaco – 31 de Maio – foi criado em 1987 pela OMS para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo.
Inforpress