Chefe da diplomacia norte-americana e presidente do Conselho Europeu expressam abertamente apoio à luta dos ucranianos pela democracia.
A crise na Ucrânia transferiu-se para a cidade alemã de Munique, palco, neste fim de semana, da Conferência anual de Segurança, com acesa troca de acusações e recriminações entre europeus, americanos e russos. O chefe da diplomacia de Washington, John Kerry, deu o mote: “Os EUA e a UE estão ao lado do povo ucraniano na sua luta pela democracia.”
O braço de ferro entre Ocidente e Rússia era mais do que esperado, face à ignição do rastilho na Ucrânia – a preferência de Kiev por Moscovo em detrimento da aproximação a Bruxelas, pela parceria que lhe foi oferecida. Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, abriu as hostilidades ao afirmar que “o futuro da Ucrânia está com a UE”.
A deixa foi imediatamente aproveitada por Sergei Lavrov. “É a Europa que está a impor decisões a Kiev e o seu apoio ao alegado desenvolvimento democrático da Ucrânia está a mergulhar o país no caos”, afirmou o chefe da diplomacia russa, que acrescentou: “Como é que o incitamento à violência nas ruas promove a democracia?” O confronto continuou, depois, com John Kerry. “As aspirações de povos da Europa de Leste estão a ser subjugadas por interesses oligárquicos que manipulam e debilitam a independência judicial.
Os EUA e a UE estão com o povo ucraniano no combate pela democracia”, sentenciou. E, para sublinhar a sua determinação, Kerry tinha ontem agendadas várias reuniões com líderes oposicionistas ucranianos, qualificadas por um diplomata russo como “autêntico circo”.
Em Kiev, as barricadas mantêm-se, e soube-se que o ativista opositor Dmytro Boulatov, raptado a 22 de janeiro e torturado durante uma semana, está sob detenção domiciliária mas poderá viajar para um país da Europa se o desejar.
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