Virtolino Castro, responsável do sindicato de comércio, indústria e serviço, e membro da UNTC-CS, classifica a manifestação do dia 20 de Janeiro como “estrondosa”. Isto pelas proporções nacionais que teve. “Em todo o Cabo Verde os trabalhadores acudiram ao apelo dos sindicatos no sentido de saírem à rua para manifestarem o desagrado das propostas que o Governo tem apresentado”, explica Castro.
Sobre a adesão da manifestação em São Vicente, para Castro foi “espectacular”. Assegura que mais de cinco mil pessoas estiveram presentes e acredita que conseguiu dobrar o número de participantes, tendo em conta a última manifestação do dia 1 de Junho de 2012. E essa adesão, para Castro, é uma amostra que os trabalhadores estão atentos à situação laboral no país.
“Isto quer dizer que a mensagem passou e foi entendida pelos trabalhadores”, segundo Castro. “Entendemos que em relação ao Governo, este deverá tirar as próprias ilações”, acrescenta Virtolino Castro e garante que se a proposta de revisão do código laboral não for discutida e encontrados os respectivos consensos no concelho de concertação social, a luta vai continuar.
E os sindicatos garantem que vão manter o espírito de luta acesa esperando que o Governo tome a iniciativa para reunir e discutir os aspectos do código laboral. E diz que estão à espera que possa haver, de facto, um diálogo e não apenas falar em diálogo para não se concretizar. E através deste diálogo, discutir os pontos de divergência e chegar a entendimentos.
Explicações
Sobre o regime especial das micro e pequenas empresas afirma que a UNTC-CS não é contra a lei em si. E que são favoráveis que haja uma lei que proteja as micro e as pequenas empresas que podem criar postos de trabalho. Mas são contra o capítulo que altera as relações laborais. E é neste aspecto que remetem qualquer discussão neste ponto para o código laboral.