A agência Moody’s baixou ontem o rating de Espanha e fez disparar os alarmes nos mercados, abrindo caminho a especulações de que o país precisará de um segundo resgate, de 500 mil milhões, a somar aos 100 mil milhões de euros para recapitalizar o seu sistema bancário.
O agravamento do prémio de risco da dívida espanhola, que disparou para os 550 pontos, e a subida das taxas de juro dos títulos de dívida soberana a dez anos para a casa dos 7% fazem temer a iminência de um pedido formal de ajuda de Espanha. O valor estimado do resgate é o dobro do injectado na Grécia.
Para já, o país não está na lista dos resgatados, pois os 100 mil milhões são destinados à Banca, que arca com os juros pesados, enquanto o Estado goza de condições invejáveis.
É neste acordo que se apoia o primeiro-ministro Mariano Rajoy para negar a necessidade de mais ajuda. Mas, nos EUA, este crédito é encarado como “um remendo” que não resolve nada. “Só aumentará a dívida (…), tornando mais provável outro resgate para o governo espanhol”, referiu a revista ‘Time’.
MERCADOS E FMI QUEREM MAIS UNIÃO NA EUROPA
O futuro do euro passa pela total união bancária, fiscal e monetária. Esta é a opinião do Fundo Monetário Internacional (FMI), da empresa de serviços financeiros Morgan Stanley e do investidor George Soros.
Todos consideram os 100 mil milhões de crédito à Banca espanhola “um paliativo” e defendem uma solução “duradoura”. Esta passa por tornar o Banco Central Europeu prestamista de último recurso. Assim, compensava a vulnerabilidade de países com dívidas numa moeda que não imprimem eles mesmos.
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