O Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, recebe esta quinta-feira, 12 de junho de 2025, no Palácio do Platô, o Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Augusto Veiga. Em cima da mesa, a entrega formal da documentação relativa à candidatura do antigo Campo de Concentração do Tarrafal a Património Mundial da UNESCO, bem como o convite oficial ao Chefe de Estado para integrar a Comissão de Honra desta iniciativa de elevado valor histórico e simbólico.
O Campo do Tarrafal, também conhecido como “Campo da Morte Lenta”, é um dos locais mais emblemáticos da história recente de Cabo Verde e do espaço lusófono.
“A sua candidatura a Património Mundial surge como um reconhecimento da importância da memória colectiva associada ao sofrimento, resistência e luta pela liberdade de centenas de presos políticos oriundos de várias ex-colónias portuguesas e do próprio Portugal”, explicou em nota enviada as redacções a Presidência da Republica de Cabo Verde.
Segundo a mesma fonte, José Maria Neves tem estado particularmente empenhado neste processo, assumindo-se como uma das vozes mais ativas na mobilização de esforços para o reconhecimento internacional do valor histórico do local.
O Presidente tem vindo a estreitar laços com os seus homólogos da CPLP – nomeadamente os chefes de Estado de Portugal e dos países africanos de língua oficial portuguesa – no sentido de reforçar a dimensão multilateral desta candidatura.
Recorde-se que, em abril de 2024, por ocasião dos 50 anos da libertação dos presos do Campo de Concentração do Tarrafal – uma efeméride que coincide com a celebração da Revolução dos Cravos, em Portugal – foi realizado um evento simbólico que juntou várias figuras de Estado.
José Maria Neves recebeu, então, o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, bem como o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló. Angola fez-se representar pelo Ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos, enviado especial do Presidente João Lourenço.
A cerimónia desta quinta-feira insere-se, assim, num percurso que visa perpetuar a memória dos que por ali passaram e garantir que o Campo do Tarrafal seja preservado como um espaço de reflexão, educação e consciência histórica. A candidatura à UNESCO constitui um passo determinante nesse caminho.
NN