CVMA: Fábio Ramos vence Prémio de Melhor coladeira com a musica “Onde kes bai”

8/06/2025 12:37 - Modificado em 8/06/2025 12:37

O artista que estava nomeado juntamente com Lucibela , com o tema “Lembra Tempo” e Nataniel Simas com a música, “Tchico na Parlamento”, foi o grande vencedor.

O artista Fábio Ramos venceu este sábado o premio de Melhor coladeira com a musica “Onde kes bai”, que faz parte do seu primeiro álbum intitulado “Um Cálice D’Nha Terra”, lançado em Dezembro de 2024.

Em entrevista a revista BANTUMEN, o artista revelou que antes de se assumir como músico profissional, Fábio viveu muitas vidas. Foi barbeiro, rapper e marinheiro — uma profissão profundamente enraizada na sua linhagem familiar. “O meu pai e os meus avós já traziam isso há muito tempo”, recorda.

Foi no silêncio das viagens marítimas, longe da família e da sua ilha, que a certeza se instalou. “Cada vez que eu ia dormir, dava aquele clique… tens de fazer aquilo que amas de verdade.”

Em 2018, após a última viagem como marinheiro, decidiu regressar ao Mindelo e inscrever-se no concurso Todo Mundo Canta, onde venceu a fase regional e nacional. Foi o ponto de viragem. “Sem dúvida, foi a alavanca para eu começar a acreditar mais no meu talento.”

“Um Cálice D’Nha Terra” e conta com dez músicas, sendo que oito são composições próprias, as outras duas são de Manolo e José Lopes.

“As minhas músicas são uma mensagem sobre o que mais sentimos falta hoje. Compreensão, amor e felicidade”, diz Fábio Ramos citado na nota de imprensa. “As suas mornas, coladeiras e batuques evocam as suas derivas nos mares, a sua avó (Nha rosa), a sua prima (Lembrança), o Mindelo (Soncen De Otr’hora) e também, claro, o amor (Ariela, Bom Dia, Eterno, Um Cálice)”.

O disco é uma declaração de amor à sua terra e à sua história pessoal. “Esse álbum é a minha corrida até aqui, um bocadinho de tudo o que eu já vivi. Fala da nossa cultura, da imigração, das saudades que temos.” O título remete à ideia de um pequeno gole do que é Cabo Verde, daquilo que permanece mesmo quando se está longe. “Quando ouço essa frase, ‘um cálice da minha terra’, dá para entender que é de bebida, mas não é só… é um pedacinho de casa.”

Natural da ilha de São Nicolau, mudou-se ainda criança para a cidade de Mindelo, na ilha de São Vicente, e foi lá que se familiarizou com o violão do tio e descobriu a voz da Diva Cesária Évora.

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