Coordenadora destaca “ganhos” e “forte engajamento” da população na vacinação contra HPV

4/03/2025 17:15 - Modificado em 4/03/2025 17:15
Mulher segura frasco rotulado como de vacina para Covid-19 em foto de ilustração 10/04/2020 REUTERS/Dado Ruvic

A coordenadora nacional do programa de vacinação afirmou que em 2024, o programa alcançou ganhos significativos na luta contra HPV e que o país foi o único na região africana a alcançar cobertura superior a 90%.

Ivanilda Santos, que é enfermeira, salientou que 2024 foi um ano “positivo” em termos do cumprimento dos objectivos do programa nacional de vacinação, que foi o de abranger o máximo possível dos jovens e adolescentes.

“O programa de vacinação em 2024 alcançou ganhos significativos em relação a HPV, tivemos uma cobertura vacinal de meninas de 10 a 14 anos maior a 90% e rapazes maior de 90%. Em 2024, para esses dois grupos de faixa etária obtivemos 99% de cobertura e conseguimos vacinar a faixa etária de meninas de 16 a 26 anos”, salientou. 

Reiterou que no total foram vacinadas cerca de 26 mil e 130 jovens, fazendo com que Cabo Verde, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), fosse considerado o único pais da sub-região a atingir cobertura superior a 90%.

“Quando foi introduzida a vacinação na faixa etária de meninas, a própria população pediu que os rapazes fossem vacinados. E quando alargamos para os rapazes, o que funcionou bem, foi o facto de termos implementado em parceria com as escolas e em relação às outras ilhas com menor número da população, a vacinação foi feita nos centros de saúde”, indicou. 

Outro aspecto que funcionou bem durante o processo de vacinação, prosseguiu, foi a partilha de informação entre os jovens e adolescentes, realçando que a população, neste momento, está mais consciente sobre a importância da vacina. 

“Foi uma vacina muito bem acolhida pela população e constatamos que os cabo-verdianos estão mais consciencializados sobre a importância da vacinação. Somos um povo aberto, que acredita na vacina, o que tem evitado registo de várias doenças no país”, realçou.

Nos próximos tempos, salientou, o programa pretende vacinar todas as mulheres de 10 a 45 anos e rapazes de 10 a 26 anos visando a eliminação do câncer do colo de útero e outras doenças relacionadas com HPV até 2023.

“Serão crianças que não terão cancro de colo de útero, ânus, pénis por causa de HPV. E em 2025 a nossa meta é vacinar o grupo de pessoas que foram vacinadas com uma dose, porque a OMS diz que até 14 tomam somente uma dose, mas dos 16 a 26 anos será necessária a ministração de duas doses”, declarou. 

O HPV, transmitido por contacto sexual, é responsável por 70% dos casos de cancro do colo do útero registados em todo o mundo, tendo o Governo iniciado a vacinação das meninas nascidas em 2011 em Agosto de 2021.

O vírus do papiloma humano, também conhecido por HPV, é responsável por um elevado número de infecções que, na maioria das vezes, não apresentam sintomas e são de regressão espontânea. Esta é uma das infecções de transmissão sexual mais comuns a nível mundial.

A infecção por vírus do papiloma humano é mais frequente nos mais jovens (entre os 15 e os 25 anos de idade) e nos primeiros 10 anos após início da actividade sexual, sendo a infecção de transmissão sexual mais frequente nestas idades.

Na população sexualmente activa, 50 a 80% dos indivíduos adquirem infeção por vírus do papiloma humano em alguma altura da sua vida, apesar de, na grande maioria dos casos, não haver evolução para doença sintomática.

CM/JMV

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