Biólogo Marinho chama atenção da população para conservação das baleias nas águas de Cabo Verde

19/02/2025 10:02 - Modificado em 19/02/2025 10:09

O biólogo marinho Samir Martins alertou hoje a população para a conservação das baleias nas águas de Cabo Verde, considerando que ao conservá-las estão a contribuir para a proteccão de todas as outras espécies que estão à volta delas.

Samir Martins fez esta chamada de atenção em entrevista à Inforpress a propósito do Dia Internacional da Baleia a se comemorar nesta quarta-feira, 19. Uma data criada pela Comissão Internacional de Baleeira, no dia 19 de Fevereiro de 1986, para chamar a atenção e incentivar a população para a conservação desta espécie.

Segundo o especialista, evitar a caça desta espécie é “fundamental” para a sua conservação, e fez saber que em algumas zonas e comunidades no país, as pessoas têm estado a caçar golfinhos para o consumo da carne feita através da pesca industrial. Por isso, considerou que a junção de esforços é crucial para conservá-los.

O biólogo marinho avançou ainda que algumas espécies da baleia continuam a ser ameaçadas, a declinar, outras a recuperarem, mas que a maioria está ameaçada, com impactos das pescas, embarcações de grande porte, turismo descontrolado e mudanças climática, e que tudo isso tem afectado a sua conservação.

Em Cabo Verde afirmou que existem cerca de 24 espécies de cetáceos nas águas de Cabo Verde.“O arquipélago constitui o único lugar de reprodução conhecido da baleia-de-bossa no atlântico norte oriental”, disse.

O mesmo avançou que anualmente os turistas assistem o espectáculo das baleias na baía de Sal Rei, na ilha da Boa Vista entre os meses de Março a Maio e que este evento tem trazido uma receita que pode gerar cerca de um milhão e meio de euros só com as vendas de bilhetes.

Considerou que esta actividade de turismo de natureza é a “mais procurada” pelos turistas que visitam Cabo Verde, mas que é preciso ser fiscalizado sobretudo a nível da segurança das pessoas que assistem estes espectáculos.

A falta de regulamentação das actividades de antrópicas, excessiva pressão sobre o recurso devido ao aumento de número de embarcações numa zona de observação limitada, escassa vontade de operadores das excursões para apoiar economicamente as actividades de monitorização e conservação, exigência da cédula marítima para pesquisadores são algumas preocupações dos especialistas da área marinha e que precisam ser melhoradas.

Inforpress/Fim

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