A Arábia Saudita, um dos cinco países eleitos para membro não-permanente do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas, anunciou, esta sexta-feira, que vai renunciar ao assento no órgão criticando os “critérios duplos” que impedem a resolução de conflitos.
“O reino entende que o mecanismo de trabalho e de método e os critérios duplos do Conselho de Segurança impedem-no de alcançar adequadamente as suas responsabilidades para a paz mundial”, justificou o ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, através de um comunicado difundido pela agência governamental SPA, citado pela Reuters.
O ministro referiu ainda que estar a “permitir que o regime no poder na Síria mate o seu povo e que queime as suas armas químicas à frente de todo o mundo sem sanções dissuasivas é uma prova clara da impotência do Conselho de Segurança em cumprir o seu dever e em assumir as suas responsabilidades”. A Arábia Saudita apoia os rebeldes sírios na sua intenção de derrubar o regime de Bashar al-Assad.
Riade refere ainda que “a questão palestiniana está há 65 anos sem regulação”.
A participação do país árabe no CS está dependente de reformas, de acordo com o ministro, apesar de não especificar quais.
A Arábia Saudita foi eleita como membro rotativo do CS, a par com a Nigéria, o Chade, o Chile a Lituânia, e o mandato teria início a 1 de Janeiro de 2014.
A eleição da Arábia Saudita e do Chade foi contestada, nesta quinta-feira, por organizações de defesa dos direitos humanos.
Os membros permanentes do CS são os EUA, o Reino Unido, a França, a Rússia e a China, e dispõem de poder de veto. Os restantes membros são ocupados de forma rotativa por períodos de dois anos.
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