Ilha do Sal: Professores paralisam aulas após quatro meses sem receber

15/01/2025 15:48 - Modificado em 15/01/2025 17:18

Cerca de 30 professores recém contratados estão indignados com o Ministério da Educação. É que após quatro meses a lecionarem nas escolas da ilha do Sal, ainda não receberam “um tostão”, relativamente ao vencimento deste ano letivo. “Estamos abandonados. Quando precisaram nos chamaram com urgência, agora ninguém se responsabiliza”, acusam os professores que garantem voltar às aulas apenas quando a situação for regularizada.

Os professores recém contratados pelo Ministério da Educação na ilha do Sal paralisaram as aulas em todas as escolas até que o pagamento dos salários seja resolvido. A informação foi avançada por este online por um grupo de profissionais que se encontram e desde o mês de Novembro estão sem receber o vencimento.

Uma situação que lhes tem causado vários constrangimentos, tendo em conta que muitos destes professores deslocaram-se à ilha para preencherem as vagas de docentes disponíveis.

Contudo, desde a chegada na ilha do Sal, dizem que tem enfrentado vários problemas. Estão envolvidos nesta paralisação apenas os que são de primeira ou de segunda vez, até que o Ministério da Educação resolva a situação financeira.

“Fomos informados que até ao dia 14 de Janeiro, terça-feira, teríamos alguma luz verde sobre o assunto, de quando a situação seria resolvida, entretanto quando fomos saber se havia novidades, disseram que na Direcção-Geral de Planeamento, Orçamento e Gestão, designada por DGPOG, ninguém atendia.

A situação que se arrasta a quatro meses, hoje teve um basta destes docentes que decidiram suspender as aulas. “Sabemos que quem fica prejudicado são os alunos, mas nesta situação temos que tomar uma situação, senão nada muda”.

Uma das docentes, que optou por não se identificar contou ao NN que, no início do ano lectivo foi chamada para preencher uma vaga na ilha do Sal com a máxima urgência possível, inclusive, prosseguiu quando avisou que poderia ir apenas em uma semana, alegaram que seria muito tarde e que deveria viajar o quanto antes.

“Deixei filhos pequenos e minha família, pedi ajuda a familiares para me acolherem e viajei para a ilha do Sal. Cheguei numa noite e no outro dia comecei a trabalhar. Já lá vão quase 4 meses e nunca recebi um tostão”, conta a jovem que, acrescentou ainda que teve que alugar um espaço para morar, isso com os meios próprios, porque já estava mais de um mês em casa de familiares que também já não tinham condições de a acolher.

Vive numa situação triste, criada pelo Ministério da Educação, que não assume as responsabilidades e que o dinheiro que tinha só chega para pagar o apartamento. “Nem comer como direito. Não tenho fogão nem panela e alimento de pão ou massa chinês porque aqui tudo é caro e o dinheiro que peço emprestado é  só dá para pagar a renda. É uma situação desumana e que não deveria estar a acontecer”.

Depois de várias promessas esperavam receber em Dezembro, mas tal não aconteceu e o mês já vai a meio. “Janeiro é um mês complicado, o que torna tudo insustentável e ainda por cima sem a certeza de que seremos pagos”.

A nossa fonte, conta ainda que na quinta-feira passada contactaram a delegada de educação que garantiu estar a resolver a situação, e que provavelmente até ao dia 1 tudo estaria resolvido, mas hoje 15 não tivemos nenhum feedback.

Critica a falta de compromisso dos governantes, que segundo esta porta voz dos docentes devem respeitar mais às pessoas, aos professores. 

“Nós somos pessoas, não somos tarefas que podem deixar para quando tiverem tempo. Precisamos comer e satisfazer nossas necessidades básicas, caso contrário poderemos estar aptos para dar aulas”, questionou esta docente.

Comente a notícia

Obrigatório

Publicidades
© 2012 - 2025: Notícias do Norte | Todos os direitos reservados.