A operação para capturar Abu Anas al-Liby – que foi preso nas ruas de Trípoli – foi realizada por tropas americanas, com o apoio do FBI e da CIA. A CNN diz que o Governo líbio teve conhecimento, mas a Líbia disse entretanto ter exigido a Washington uma explicação pelo “rapto de um cidadão por um comando não autorizado no seu território”.
A análise publicada pela correspondente da BBC na Líbia, lê-se que a operação está a ser vista em Trípoli como um sinal de desrespeito pela soberania da Líbia o que poderá fragilizar ainda mais o já enfraquecido governo. “O governo líbio terá que enfrentar a opinião pública e está na estranha posição de ter que explicar como é que um cidadão líbio foi preso e levado para fora do país tão depressa pelos americanos”.
Havia uma recompensa de cinco milhões de dólares pela captura de Al-Liby, cujo nome de baptismo era Nazih Abdul-Hamed al-Ruqai. Tinha sido acusado pelos EUA, em 2000, por envolvimento nos atentados de 7 de Agosto de 1998 contra as embaixadas norte-americanas em Dar-es-Salaam e Nairobi. Mais de 200 pessoas morreram nos dois ataques.
Quanto à acção na Somália, foi levada a cabo por SEAL, forças especiais da Marinha norte-americana em Barawe, 240 km a sul de Mogadíscio. Atacaram a “villa” à beira mar de Ahmed Godane, um líder importante da Al-Shabab, a milícia islâmica que controla grande parte do território somali. Não é claro se Godane foi capturado ou morto.
Godane tinha-se reivindicado como o mandante do ataque ao centro comercial Westgate em Nairobi, no Quénia, em Setembro, no qual um comando da al-Shabab fez reféns e se manteve entricheirado no edifício durante quatro dias. O ataque matou 67 pessoas, entre elas ganeses, americanos, britânicos e franceses, além de quenianos.
“Esperamos que isto torne claro que os Estados Unidos da América nunca abandonarão os seus esforços para os que praticam actos de terror respondam pelas acções, e que os membros da Al-Qaeda e outras organizações terroristas podem literalmente correr mas não se podem esconder”, afirmou o secretário de Estado norte-americano John Kerry. “Continuaremos a tentar levar estas pessoas a responder perante a justiça de forma apropriada, com a esperança de que parem as actividades que praticam, que são contra todas as pessoas do mundo.”
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Eu tinha dito a um meu professor do Curso do Direito (Constitucional) que a soberania é uma grande treta e que, todos os dias, há histórias que confirmam isso. Esta é mais uma dessas histórias. A lei do mais forte está sempre presente, pese, na maior parte das vezes, estar devidamente mascarada. E agora professor, mantém a sua posição?