O advogado e escritor fez esta segunda-feira o lançamento do seu novo trabalho literário, desta vez não é um romance ou outro título que o premio Camões já habituou p seu público.
Sob a chancela da editora Rosa de Porcelana,” Amadeu Oliveira, o inferno da não justiça”, é uma compilação de artigos publicados desde 2021 sobre a prisão e condenação de Amadeu Oliveira, a uma pena de sete anos de prisão por ofensas a juízes do Supremo Tribunal de Justiça e por arquitectar a fuga para o exterior de um homem condenado à prisão domiciliária.
O caso é analisado em cerca de 50 artigos e crônicas publicados em jornais e agora reunidos na obra “Amadeu Oliveira, o inferno da não-justiça”.
O advogado e escritor declara que Amadeu está preso injustamente e aponta responsabilidades a um parlamento que viola a Constituição, um judiciário que condena sem provas, um presidente da República omisso e uma sociedade civil inexistente.
“Nós não temos sociedade civil. Nós falamos em sociedade civil que é uma maneira de nos enganarmos de uma realidade que não existe. Se nós tivéssemos uma sociedade civil consciente e atenta, preocupada com o país há muito tempo, esses casos teriam sido explorados. Repare a presença de toda essa gente aqui, eu nunca tive tanta gente no lançamento de um livro meu e normalmente tem bastante gente e quer dizer que há uma solidariedade com o Amadeu”, explicou o advogado.
A advogada Maria João de Novaes lembrou que nunca se tentou apurar as denúncias de Amadeu Oliveira, que acusou os juízes do Supremo Tribunal de corrupção, fraude e manipulação de provas.
“Acho que Amadeu Oliveira cometeu um delito de opinião com a condição de ser deputado. E isto é grave porque nós estamos num país que dá alvíssimas por ser o país mais livre de África, um país onde a liberdade e a democracia são comemorados com pompa e circunstância e têm dias próprios, um país onde a Constituição, a nossa Magna Carta, é dita por inviolável e está na boca de todos os decisores, é neste mesmo país que se diz de Estado de Direito Democrático que Amadeu Oliveira foi condenado por pensar com a sua própria cabeça.
Fonte TCV