A autora do Livro “Filhas da Violência”, Miriam Medina, prepara-se para lançar a sua obra na cidade da Praia no próximo dia 25 de Novembro, uma obra que levanta debate sobre abuso intrafamiliar no país.
O evento, que acontece na Presidência da República, marca mais um passo na luta da escritora contra a violência intrafamiliar, tema central do livro que tem ganhado destaque em diversos pontos do país.
Em entrevista à Inforpress, Miriam Medina compartilhou sua jornada na escrita da obra, que surgiu a partir de anos de trabalho voltados para a conscientização sobre a violência.
“Em 2017, comecei a abordar o tema da violência nas minhas palestras em escolas, tanto em Cabo Verde como em outros países. Foi ali que tomei conhecimento das muitas dores silenciadas por meninas e adolescentes que sofrem abusos dentro de suas próprias casas”, afirmou a autora.
“Filhas da Violência” expõe a realidade de meninas e adolescentes que, muitas vezes, enfrentam abusos físicos, sexuais e psicológicos praticados por aqueles que deveriam ser seus protectores.
O livro não apenas descreve o sofrimento desses jovens, mas também busca dar voz àqueles que, por vergonha ou medo, não conseguem denunciar.
Medina, que tem mantido contacto com as vítimas de violência, garante que o livro é mais que uma denúncia.
“É um chamado para a sociedade. Todos nós, enquanto pais, educadores e cidadãos, temos o dever de agir contra esse mal”, defendeu.
A autora também destacou a importância das escolas como espaços de acolhimento e diálogo para as vítimas.
A expectativa para o lançamento do livro na cidade da Praia, segundo Miriam, é que a recepção da obra seja calorosa.
“A expectativa é muito grande. A cidade da Praia é onde meu trabalho tem maior abrangência, e sei que o tema é sensível, mas urgente”, acrescentou aquela autora.
Apesar de ter afirmado, em 2017, que não escreveria mais sobre violência, Miriam revelou que seus próximos projectos seguem o mesmo caminho.
“Meu próximo livro vai abordar a história de órfãos da violência doméstica, especialmente as crianças que ficam após o feminicídio. Quero entender o impacto psicológico que essas crianças carregam e como a sociedade pode ajudá-las”, declarou.
Miriam Medina aproveitou para deixar um apelo a todas as vítimas de violência. “Entendo a dificuldade em denunciar, mas posso garantir que não estão sozinhas, muitas pessoas acreditam em vocês e estão dispostas a estender a mão”, concluiu.
Inforpress/Fim