Em São Vicente, um grupo de agentes prisionais estagiários da Cadeia Central de Ribeirinha, concentraram-se em frente à instituição prisional para reivindicar os seus direitos. Em causa, dizem está a nomeação no Boletim Oficial, o subsídio mensal em atraso, cópia do contrato de trabalho, e ainda mais dignidade e respeito pela classe.
Adilson Fortes, porta-voz do grupo explicou que já vai um ano que estão a passar por esta situação, desde que se formaram em 2023. “Estamos sempre ouvindo promessas do Ministério. Fazem promessas e três meses voltam com as mesmas promessas. Assim sucessivamente”, elencou o profissional que afirmou que estão cansados com esta falta de respeito.
“Nós exigimos os nossos direitos, que é um salário digno, segurança social e proteção das nossas famílias. Isso que exigimos? Queremos sair no Boletim Oficial o mais urgente possível, porque sem a nossa nomeação, é como a ministra disse, pretendem-se ser”, questionou este jovem, que disse que não sabe então, o que são. “Nós fardamos todos os dias. Dão-nos um fardamento para quê? Para ir ao trabalho e ficar ali de corpo presente?”
Alegam que correm riscos todos os dias e que o governo deve analisar esta situação. “Tanto aqui fora, como lá dentro, todos os dias estamos expostos riscos. Quer dizer que as nossas famílias ficam em casa e nós vamos trabalhar em turnos, às 8 horas, às 4 horas, ou meia-noite, com as nossas famílias a ficar na casa, desprotegidos”, atirou Adilson Fortes, que acusa o dedo ao Ministério da Justiça de incumprimento das suas promessas.
Alegam que recebem um subsídio, quando os responsáveis, dizem, lembram que existem. “Com os riscos que corremos recebemos cerca de 21 mil escudos. E como não recebemos mensalmente o montante, passamos muitas dificuldades”.
E caso o governo não levar em conta esta concentração, prometem avançar com uma greve indeterminada, agendada para o dia 22 de Outubro.
O Sindicato da Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil e Afins (Siacsa), avançou Heidy Ganeto, diz que antes disso acontecer o sindicato tem agendado um encontro com o Ministério da Justiça na cidade da Praia, para tentar negociar de forma a evitar essa greve.
“O que nós queremos é cumprimento, porque existem três memorandos de entendimento que não estão a ser cumpridos. Sem falar para o concurso em si, porque já tem mais de 10 meses que o pessoal devia ser nomeado no Boletim Oficial, que é agora em outubro. E ainda o armamento e a atualização do salário”, afirmou o coordenador do sindicato na ilha.
E crítica o que classifica de “deboche” da ministra que os acusa de estarem estressados. “Claro que estão, porque já têm dois meses sem receber”, sustentou o sindicalista que pede respeito pela classe, e lamenta o facto destes agentes prisionais estagiários estarem a dois meses sem receber o subsídio.
NN