Parlamento: PAICV pede medidas para combater a dengue e UCID chama atenção para mercado sem repelentes

10/10/2024 19:37 - Modificado em 10/10/2024 19:37

O PAICV exigiu hoje medidas do Governo para evitar a proliferação da dengue, sublinhando que os cabo-verdianos anseiam “ouvir decisões e não caça aos responsáveis”, enquanto a UCID mencionou “falta generalizada” de repelentes.

Em debate parlamentar, o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) salientou que se está perante um problema de saúde pública, atribuindo ao Governo a responsabilidade de organizar equipas multissectoriais e interministeriais, mobilizando estruturas e parceiros para o controlo da epidemia.

A deputada do PAICV Paula Moeda disse que “não houve sustentação permanente e contínua” da situação da dengue e, ao mesmo tempo, lembrou casos de paludismo “abafados” por longo período de tempo.

A recente resolução do Governo, que alterou a situação de alerta de proteção civil nas ilhas Santiago, Fogo e Brava, para situação de contingência em todo País, explicou, referia ao acúmulo das águas nas vias públicas de corrente das chuvas representando um agravamento de risco da proliferação de mosquitos.

“A dengue invadiu o Hospital Santa Rita Vieira com lotação esgotada neste momento, será que a culpa é do presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina ou de Francisco Carvalho”, questionou, avançando que a caça de responsáveis desviando a atenção para Câmara Municipal da Praia representa um “claro aproveitamento político”.

Segundo a parlamentar, as estruturas de saúde enfrentam carência de materiais, recursos humanos, falta de resposta adequada e em tempo útil, reforçando que os agentes sanitários na luta anti vectorial não têm condições para enfrentar a epidemia e que estão “insatisfeitos com o descaso” do Ministério da Saúde.

As denúncias dos trabalhadores do sector relacionadas às melhorias laborais e de logísticos e contratação de mais quadros, resultando em greve, tem impacto negativo na prestação de serviços ao nível da saúde, sublinhou a deputada.

No Dia Mundial da Saúde Mental, este ano celebrado sob o lema “Saúde mental no trabalho”, Paula Moeda criticou os ambientes de trabalho na área da Saúde e Educação, elencando que a falta de diálogo, condições de trabalho deficiente, estatutos e carreiras profissionais em retrocesso tem provado a indignação e insatisfação das classes.

Para o PAICV, declarando 2024 como Ano da Saúde Mental, era esperado que iniciativas e práticas resultassem na melhoria das intervenções, o que não expressa no aumento dos casos de suicídio em Cabo Verde, piora na assistência aos portadores de doença mental e aumento dos doentes colocando em risco a situação das pessoas.

A mesma fonte acrescentou que os centros terapêuticos instalados não têm respondido à demanda e que o país continua a aguardar a nova instalação do Hospital da Trindade.

A ausência de interligação entre os serviços de saúde, comunidade e famílias como desejável no quadro de prevenção e acompanhamento, foram outras questões levantadas pela bancada.

A União Cabo Verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), por seu lado, afirmou que no caso da situação da dengue é importante o envolvimento dos responsáveis e toda comunidade.

O partido chamou a atenção para a insuficiência dos repelentes no mercado, em particular nas farmácias da Praia e em São Vicente, um problema que agora parece ser generalizado nas outras ilhas.

Sobre a saúde mental, a deputada Zilda Oliveira considerou a data como uma oportunidade para reflectir e para acções, assumindo como compromisso fundamental cuidar da saúde mental, realçando também o aumento das pessoas com problemas mentais nas ruas e jovens com transtornos comportamentais.

É preciso, avançou, a presença de mais psicólogos e técnicos nos centros de saúde, e psicólogos clínicos nas escolas, apelando a um “maior investimento” na saúde mental e criação de uma linha de apoio.

Inforpress/Fim

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