A queda das chuvas é sempre um sinal de esperança, mas para alguns isso nem sempre é bom sinal, principalmente para as pessoas que vivem nas encostas onde existe o perigo de desabamento de terra, soterramento e eventualmente a queda de alguma parede. Em qualquer dos casos é a situação é mais perigosa para quem vive nas casas de tambor.
Esta é a situação do casal, Ema e Albertino Oliveira, que na madrugada de quinta-feira para sexta-feira (26727 setembro), Vicente fez um autêntico sufoco dentro da sua casa em Covada de Bruxa na zona de Bela Vista, São Vicente.
O casal de 60 anos ficou soterrado dentro do quarto e só não foi mais grave, porque, segundo informações do filho Rivanildo Oliveira, três pedras conseguiram aguentar boa parte do peso e evitar uma fatalidade. Contudo, o casal ficou bastante machucado, com a mulher a ter várias escoriações na cara, onde levou pontos em três lugares, nas pernas, braços e outras partes do corpo.
Já o marido em estado mais grave, teve que passar por duas cirurgias, além de ter sofrido vários ferimentos pelo corpo. “O meu marido acabou por receber a maior parte dos danos, porque como ele dorme na frente, ficou com uma perna quebrada e tiveram que inserir um ferro na sua perda”, começou por contar Ema Oliveira.
Esta mulher de 60 anos diz que sentiram o estrondo perto das cinco horas da madrugada. “Estávamos deitados sentimos o estrondo, o barulho e o peso enorme das pedras e terra em cima de nós. Mas Deus estava conosco e foi o nosso protetor, porque não teríamos sobrevivido se tivéssemos recebido o impacto total da queda das pedras”, afirmou esta senhora que mostrou-se, apesar dos ferimentos, grata pela sua vida.
Diz que no momento do acontecido, foi atacada pelo desespero, felizmente um vizinho ouviu os pedidos de ajuda e foi socorrê-los. “Ele começou a tirar uma pedras, depois chamou outros vizinhos e conseguiram tirar boa parte dos destroços e quando os bombeiros chegaram finalizaram o trabalho e fomos encaminhadas para o hospital”.
O casal perdeu todos os bens que tinha no quarto. Boa parte das roupas ficaram destruídas e não obstante isso, a mulher estava a recuperar de um AVC que sofreu recentemente, no mês de maio. “Sofri um AVC que condicionou os meus movimentos no lado esquerdo e estava em processo de recuperação, agora com o meu marido no seu estado atual, as coisas complicaram-se”, prosseguiu Ema Oliveira.
Atualmente a viver na casa da sua filha, Ema encontra outro problema, que é o acesso à moradia de Stefanie Oliveira. Tanto o acesso à casa da filha como a sua é difícil, já que vivem numa encosta e os carros não sobem à porta, o que a dificulta no seu dia a dia.
Agora, os filhos, conforme Rivanildo Oliveira, estão a angariar fundos para reconstruir a parede que caiu, graças à ajuda da Igreja Evangélica Missionária.
“A minha mãe faz parte do cadastro social da Câmara Municipal de São Vicente e estamos a tentar, junto do serviço social, a possibilidade de uma moradia social numa zona mais acessível, já que ela tem dificuldades em subir o morro e o meu padrasto, agora, com a bacia e a perna quebrada, também vai ficar condicionado”.
A família pede auxílio à população para a realização dos exames, entre as quais um TAC e a Câmara Municipal solicitam à atribuição de uma moradia social para o casal.