Ano lectivo: Sindprof e Sindep formalizam greve dos professores nos dias 19 e 20

12/09/2024 09:45 - Modificado em 12/09/2024 09:45

O Sindicato Democrático dos Professores (Sindprof) e o Sindicato Nacional dos Professores (Sindep) entregaram hoje ao ministro da Educação o pré-aviso de greve dos professores para os dias 19 e 20 deste mês.

A greve dos docentes do ensino básico e secundário, de acordo com os dois sindicatos, arranca às 07:00 do dia 19 e termina às 18:00 do dia 20.

Os sindicatos reivindicam o “não cumprimento e incumprimento dos compromissos assumidos pelo Governo sobre a resolução dos pendentes e a não disponibilidade de negociações para a revisão do Estatuto da Carreira do Pessoal Docente, depois do veto presidencial da proposta do Decreto-Lei que aprova o PCFR para a classe docente”.

Segundo a presidente do Sindprof, Lígia Herbert, a luta começou desde Outubro, “pela questão da dignificação da classe, dos estatutos que já foi retirado do professorado, para além do salário, do quadro privativo e do regime especial, das tantas pendências e do desenvolvimento na carreira, tudo sonegado pelo próprio ministério”.

Lígia Herbert disse que nesta acção conjunta, os dois sindicatos continuam a lutar pelos 36 por cento (%) do aumento salarial solicitados, contra os 16 propostos pelo Governo e sublinhou que após o veto do Presidente da República os sindicatos esperavam uma chamada do Governo, para inteirarem-se da versão final.

“Os professores devem saber que esta luta não parou. Não vale a pena tentar amordaçar, silenciar os professores. Os sindicatos vão continuar do lado dos professores e pela vontade da classe”, explicou Lígia Herbert, para quem o Governo “não está muito interessado” em sentar-se à mesa com os sindicatos.

O presidente do Sindep, Jorge Cardoso, por sua vez, disse que se perspectiva “uma luta sem trégua”, e que todos os sindicatos, incluindo o Siprofis, estão unidos nesta disputa e que já na segunda-feira, 16, vão dar o pontapé de saída com uma concentração no Liceu Luciano Garcia, em São Lourenço dos Órgãos, palco da abertura oficial do ano lectivo.

“Estaremos lá com os professores a manifestar o descontentamento, ou seja, este abuso do poder por parte do Governo, que é retirar os professores, enquanto uma classe especial, e colocá-los no quadro comum, porque os professores estiveram a reivindicar a equiparação salarial”, realçou.

Jorge Cardoso avançou que as organizações sindicais jamais abrirão às mãos do estatuto, alegando que a Lei de Bases do Sistema Educativo é clara nesta matéria e que não pode ser revogada com a Lei Geral de 2023 que o Governo está a propor para o quadro comum.

“Estão a hipotecar o futuro de Cabo Verde… Nós queremos o melhor para a educação e estamos a fazer de tudo para ter uma educação da melhor qualidade em Cabo Verde”, concluiu Jorge Cardoso.

O Presidente da República, José Maria Neves, vetou na quarta-feira, 04, o decreto-lei do Governo que aprova o Plano de Carreiras, Funções e Remunerações (PCFR) do pessoal docente, solicitando uma nova apreciação do diploma, para satisfação dos sindicatos.

Inforpress/Fim

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