MCC: O compacto visa a concretização da visão de Cabo Verde no seu futuro – ministro

6/09/2024 14:30 - Modificado em 6/09/2024 14:30
Olavo Correia – vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças e Fomento Empresarial

O vice-primeiro-ministro garantiu hoje em São Vicente, que o Compacto Regional do Millennium Challenge Corporation, criado pelo Congresso dos Estados Unidos da América, pelo qual o país foi selecionado pela terceira vez, visa a concretização da visão de Cabo Verde no seu futuro.

As áreas conectividade inter-ilhas, internacional e intermodal, e conectividade digital são as selecionadas pelo Governo para o desenvolvimento de projectos serem financiados no âmbito do Compacto Regional de Cabo Verde.

Essas áreas fazem parte da “visão estratégica” do Governo e constam no Plano Estratégico de Desenvolvimento (PEDS II).

Olavo Correia que é também ministro das Finanças e Fomento Empresarial, afirmou que a pretensão do governo é ter uma nação mais democrática, mais plural, um Estado de Direito, mas também uma nação mais azul, mais verde, mais digital, mais inteligente e uma nação que é capaz de criar oportunidade para todos, com a aposta na criação de emprego.

“E para que possamos lá chegar, nós temos que duplicar o potencial de crescimento da nossa economia. E nós queremos que este compacto regional de Cabo Verde possa ajudar o nosso país em relação à criação de condições para duplicarmos o nosso potencial de crescimento. Atuando sobre uma prioridade, conectividade e mobilidade”, realçou.

Tudo isso, sustentou, numa perspectiva holística, aérea, terrestre, marítima, tecnologia digital, mas também humana. “Se nós conseguirmos elevar o nível de serviços, garantir sustentabilidade, inter modalidade e ofertas adequadas, não só para a pessoa, mas também para a economia, precisaremos dar um grande contributo para que Cabo Verde possa duplicar o potencial de crescimento económico, criando assim empregos e oportunidades para os seus jovens, para as suas mulheres em todas as ilhas de Cabo Verde”.

Este é o contributo que o governo quer para o país, com este novo compacto regional, mas também para a sua integração na nossa sub-região e no continente africano e no mundo.

Por isso, defende que é preciso olhar para a conectividade numa lógica não apenas nacional, mas também internacional. Seja na vertente aérea, marítima, mas também tecnológica e digital, bem como humana. 

“Cabo Verde só conseguirá amplificar as suas oportunidades se estiver integrado no mundo, através da conectividade, das mobilidades, mas também do relacionamento humano. E nós queremos que este compacto regional possa dar um grande contributo para que possamos criar as condições de perenidade quanto ao crescimento da economia cabo-verdiana”.

Olavo Correia reagiu ainda as acusações Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), que acusou ontem, o Governo de socorrer dos recursos do Millennium Challenge Corporation (MCC) para resolver o problema dos transportes aéreos e marítimos, após “falhanço na política da conectividade”.

A acusação foi feita em conferência de imprensa proferida pelo secretário geral do PAICV, Julião Varela, com o propósito de pronunciar-se sobre o anúncio do Governo relativamente às áreas propostas para o terceiro compacto MMC.

O PAICV reconheceu que esses sectores são “importantes e fundamentais” para o desenvolvimento do país, lembrando que há muito tempo que vinha reclamando do “desmando da governação” em relação aos mesmos e exigindo medidas adequadas para se evitar danos maiores para a economia.

 Segundo Julião Varela, o Governo, ao estabelecer essas áreas como prioridades, reconhece que durante dois mandatos não foi capaz nem de resolver, nem deixar que os privados pudessem resolver este “problema bicudo” do país.

“Se o Governo tivesse ouvido as nossas propostas, esses recursos anunciados poderiam ser direcionados para outros setores, permitindo que Cabo Verde tirasse mais proveito e ir muito mais longe”, frisou.

Para o ministro das finanças, ao fazer estas afirmações de que o governo está usar o dinheiro do Compacto para resolver esses problemas ou é ignorância, ou é má fé, ou é uma grande irresponsabilidade. Em qualquer dos casos, afirmou que é grave, defendendo que o país está apenas a iniciar o processo ao nível do conceito, da visão, para poder definir depois os projetos que depois irão ser estudados. “Só depois, muito mais à frente, que nós iremos falar dos valores”.

A coordenadora da Unidade Desenvolvimento Programa (UDP), diz que este é um trabalho que demora entre 18 meses a 2 anos, e esta é a fase da consulta aos parceiros, a todos os stakeholders das duas áreas prioritárias definidas pelo Governo, como sendo a área das conectividades inter ilhas, internacional e intermodal, e conectividade digital.

“Portanto, nesta fase, recolhemos os subsídios de todos, recolhemos também os documentos, os estudos que já foram feitos, analisamos, passaremos também a uma fase que é muito importante que é a análise dos constrangimentos, portanto, os constrangimentos nessas duas áreas que contribuem para o crescimento económico”, explicou Joana Brito.

Esta é a terceira vez que Cabo Verde é seleccionado para um financiamento do MCC, sendo que nas duas primeiras ocasiões, em 2005 e 2012, foram contemplados um conjunto de investimentos em infra-estruturas portuárias e abastecimento de água e saneamento, num total de 176 milhões de dólares.

 NN

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