Associação de Paralisia Cerebral Shira Almada quer melhorar qualidade de vida dos portadores da doença

27/08/2024 17:31 - Modificado em 27/08/2024 17:31

A Associação de Paralisia Cerebral Lacos e Fitas quer melhorar a qualidade de vida das crianças, adolescentes e jovens com paralisia cerebral e outras patologias em São Vicente. Um local para complementar as estruturas de saúde pública da ilha, afirmou a presidente da associação.

A criação da associação Paralisia Cerebral Laços e Fitas Shira Almada, tem na sua origem uma história familiar da presidente e fundadora do espaço.

Mirian Almada conta que aquando do nascimento da filha, em 2019, a criança enfrentou alguns problemas durante o parto, e entrou em sofrimento fatálico e acabou, infelizmente, por entrar em coma após o nascimento”.

Como consequência, contou que a filha acabou por ficar com hidrocefalia e paralisia cerebral.

“Como pais, eu e o meu marido tivemos a curiosidade de saber, de integrar melhor dessa nossa nova realidade. Então, procuramos conhecer algumas famílias que já viviam com esta causa, com crianças, adolescentes ou jovens, portadoras de alguma deficiência mais voltado para a área de paralisia cerebral”, explicou, Mirian Almada.

Neste sentido, acabaram por ficar a par da realidade difícil de alguns pais, não só se tratando da área financeira, de algumas necessidades, mas principalmente da área de uma intervenção mais intensiva na parte motora das crianças. Isso porque existem as estruturas de saúde, mas as demandas são muitas.

A partir daí notaram, prosseguiu a presidente do centro, de que havia necessidade da abertura de um local para ajudar, para complementar as estruturas de saúde pública.

O projecto iniciou-se em 2021, com foco, primeiramente, em apoiar as famílias com vestuários, géneros alimentícios, calçados, fraldas, toalhitas, mas também fazíamos a entrega de ajudas para a aquisição de remédios, porque essas crianças têm muita falta dessa parte medicamentosa.

E em dezembro de 2022, finalmente, oficializaram o projeto com a publicação no Boletim Oficial.

E com a ajuda de parceiros locais, inauguraram no dia 23 de agosto, a sua sede com uma equipa para dar resposta as 38 crianças, adolescentes e jovens com paralisia cerebral e outras patologias, com a faixa etária de um aos 15 anos, e alguns já na idade adulta de mais de 20 anos.

Associação Presidente da Associação Paralisia Cerebral Shira Almada

“De momento, temos uma psicomotricista, é uma honra para nós, porque atualmente não existe essa área nas estruturas públicas de saúde, tem apenas aqui na Associação. E temos um fisioterapeuta, porque o nosso foco é a reabilitação, focando na parte motora, no desenvolvimento motor dessas crianças. Temos também a ajuda de uma psicóloga. Uma nutricionista que já se mostrou interessada em se juntar a nós nesta causa. E também já temos uma médica, que já mostrou a disponibilidade também de fazer parte da equipa”, elencou.

É de realçar que o centro não trabalha só com o portador da deficiência, mas com toda a família, apoiando nas mais diversas áreas, realçou Mirian Almada.

“E também fazemos formações, gratuitas, que damos não só no sentido de cuidar psicologicamente dos pais, mas também temos formações no sentido de capacitar os pais para poderem estar preparados em casa, ajudar as crianças ou os adolescentes a desenvolverem a parte motora e a tomarem consciência do corpo, de si e do ambiente que o rodeia”, sublinhou Mirian Almada.

Elvis Carvalho

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