Condutores negam acordo sobre o frete que devem passar a pagar nas ligações marítimas na linha Santo Antão / S. Vicente

8/05/2023 18:02 - Modificado em 8/05/2023 18:02

Os condutores e proprietários das carrinhas que estiveram presentes na reunião com o armador Naviera Armas Cabo Verde (NACV) negam ter chegado a acordo sobre o frete que devem passar a pagar nas ligações marítimas na linha Santo Antão / São Vicente. Um deles assegurou ao Noticias do Norte que a proposta apresentada por este empresário, como sendo benéfica para os condutores, fica praticamente igual a do governo, só que apresentada de outra forma.

O encontro que aconteceu no sábado, 06 de Maio, no Porto Novo, Santo Antão, visava, segundo o empresário discutir uma “nova e consensual” proposta da tarifa de cargas. Só que conforme alguns condutores, que procuraram o NN para reagir a notícia sobre o acordo, alegam que a maior parte dos presentes, acabou por abandonar a sala no início do encontro. “Ele não pode dizer que houve acordo quando mais de metade de nós abandonou o local, quando vimos que era uma reunião, que não teria o seu propósito”

Isso porque, segundo um dos proprietários e condutor, que falava em nome dos colegas, diz que receberam uma proposta do acionista maioritário da companhia Naviera Armas Cabo Verde (NACV), de 28 escudos por cada metro cúbico (m3) quando as viaturas estiverem cheias e 20 escudos quando vazias. “Esta proposta é mais desvantajosa que a proposta apresentada pelo governo”, que foi um aumento do custo da passagem de 5.400 escudos para 15.200 escudos de uma assentada.

Conforme este profissional, feitas as contas os carros pagariam mais do que os 15 mil apresentados anteriormente e por isso afirma que nunca houve nenhum acordo. “Estamos aqui a desmentir as suas palavras sobre este assunto. Mais de metade das pessoas abandonaram a sala, isso porque estavam à espera das demais entidades envolvidas no processo, como da Cabo Verde Interilhas (CVI), dos presidentes das Câmaras de Santo Antão e de um representante do Governo, mas acabaram por se reunir apenas com o proprietário do navio Mar d’Canal.

Todos admitem que é justo um aumento, tendo em conta os anos que não é atualizado, mas defendem que seja feita de forma que ninguém seja prejudicada. “Não são apenas os condutores que ficam prejudicados com estes aumentos. O consumidor final também, isso porque, quando se aumenta as tarifas de carga, vamos ter que buscar o restante noutro lado”, e exemplifica.

“Por exemplo, um saco custa 200 escudos, quando a tarifa subir para mais de 15 mil, teremos que aplicar um valor maior para compensar o prejuízo e esse valor, por exemplo terá que acompanhar a subida. Seria de 200 escudos para 66 escudos”, logo, defende que não é uma luta só dos condutores mas sim de todos os santantonenses.

E dizem aindam que se a passagem for para este valor, as viagens terão que ser reprogramadas, é que em vez de viagarem de segunda a sexta-feira, “vamos ter que viajar apenas umas duas vezes por semana”.

Este profissional adianta que, se o preço das passagens continuar tão alto, vão mobilizar as vendedeiras de verdura e comerciantes para tomarem junta uma atitude mais musculada. “Mas sempre dentro da legalidade”, faz questão de frisar

Se esta proposta for para frente, não será apenas uma manifestação, como foi feita quando houve o anúncio do aumento das tarifas pela primeira vez, avisam os condutores que prometem “um bloqueio das viagens de cargas”, para que ninguém possa viajar. E assim verem que não estão a brincar”, sustentou.

EC

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