Um grupo de cidadãos voluntários, pretende criar uma iniciativa para demover a Câmara Municipal de São Vicente, no que diz respeito à forma como estão a fazer a captura de cães vadios pelas ruas da ilha.
De acordo com a médica veterinária, Letícia Oliveira, que falava em nome de um grupo de cidadãos da ilha de São Vicente, no dia 25 de julho de 2024, às 10h35, tendo a duração de 1h40, foi promovido um encontro com o vereador José Carlos da Luz, onde estiveram presentes uma porta-voz de um grupo de cidadãos, uma representante da SIMABO, um representante da biosfera e uma médica veterinária.
A reunião, segundo esta médica veterinária, teve como objetivo a resolução da situação criada pela apanha de cães e sua colocação no canil para sugerir um acordo à Câmara Municipal e apresentar uma solução a médio e longo prazo, onde foram citadas algumas associações que podem prestar esse apoio e auxílio necessário.
O grupo quer que seja reconhecida pela edilidade, que existe um espaço para cães que possuem seus responsáveis por zona, que os podem alimentar, que cuidam e zelam pelo seu bem-estar e que os mesmos seriam libertados pelos responsáveis e aguentados até que seja feito um projeto a longo e médio prazo.
Neste sentido, propõem, que a Simabó, seria a responsável pela recolha dos animais doentes para tratamento e os não castrados para castração. “Os cães que não possuem donos ou responsáveis de zona seriam cuidados pelo grupo de voluntários que iria cuidar da limpeza e alimentação a um curto prazo com o auxílio da Câmara Municipal, onde esses cães seriam colocados para adoção ou teriam seus respectivos responsáveis”, explicou Letícia Oliveira.
E que fosse permitido a entrada de veterinários no canil para fazer a leitura dos chips e cuidados clínicos dos animais. “Os que têm documentação serão devolvidos aos seus donos desde que eles se responsabilizem pelos mesmos. A colocação de uma rede colocada pelos voluntários para ajudar os animais na exposição ao sol. Desparasitação e atestada de saúde dos animais em bom estado”.
Estes métodos, diz, põe fim à captura dos cães, pois os cães não possuem condições de se comportar como animais, não podem ficar confinados com tantos animais e ficaria muito difícil a gestão se colocassem mais animais.
Contudo, alega que em menos de 24 horas após o diálogo, foram trazidos mais 12 animais para o canil, quebrando assim um acordo feito em reunião, o que consideram um desrespeito, por parte do vereador.
Não obstante estes acordos, denúncia que tal voltou a acontecer, agora, no dia 05 de Agosto, com a captura de mais dois cães da Baía das Gatas, onde um deles acabou de ser encontrado morto no canil na manhã seguinte.
E no dia seguinte, prosseguiu Letícia Oliveira, mais nove cães para o canil municipal pelos funcionários de recolha da Câmara Municipal, onde os mesmos chegaram em situação de sofrimento, angústia e respiração alteradas devido à forma da captura e transporte utilizado.
Com toda esta situação, dizem que a Câmara Municipal em momento algum prestou qualquer auxílio aos animais nos cuidados de limpeza, alimentação, e que tudo é feito por voluntários, doações de empresas e pessoas particulares.
E agora, com a proibição destes voluntários de entrarem no canil, questionam como é que ficará a situação dos cães, indignou-se Letícia Oliveira.
“Como médica veterinária, estou preocupada com a situação dos cães de rua, mas me preocupo mais ainda com a falta de uma adoção de uma política pública eficaz que solucione esses problemas da população versus os cães”, sustentou.
A médica diz que os donos, que arranjam cães e depois de certo tempo acabam por abandoná-los por vários motivos, entre as quais, porque ficam grandes e precisam livrar deles acabam por deixá-los na rua, onde além de reproduzirem, acabam por ficar doentes e podem criar um perigo à saúde pública.
“A sociedade sim tem culpa nessa parte do processo, mas nesse momento, não estamos a procura de culpados, a gente está procurando uma solução”, justificou a médica que diz que os objetivos, atualmente, passam por procurar essa solução que, em relação à população, a gente pode fazer várias políticas públicas onde podemos informar as pessoas.
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