O Sindicato Nacional dos Pilotos da Aviação Civil (SNPAC) afirmou hoje que a greve dos pilotos, prevista para 24 a 30 de Julho, vai afectar pelo menos 16 voos internacionais e terá adesão “à volta dos 100 %”.
A informação foi avançada na manhã de hoje pelo presidente do Sindicato Nacional dos Pilotos da Aviação Civil (SNPAC), Edmilson Aguiar, durante uma conferência de imprensa, sobre a greve que irá acontecer das 00:00 horas do dia 24 de Julho até 23:59 horas do dia 30 de Julho.
O sindicalista, que acusou o Governo e o actual conselho da administração da empresa de “faltar com a verdade”, assegurou que a greve poderá ser suspensa ainda se o Governo cumprir com os acordos assumidos nas negociações do mês de Abril.
Afirmou que se trata de uma decisão “devidamente ponderada” e assumida de forma responsável e que este último recurso foi motivado devido aos “sucessivos incumprimentos e recuos” da parte do Governo em cumprir com os compromissos assumidos nas negociações de 23 de Abril, presididas pelo ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos.
Segundo disse, em causa está a discussão e assinatura do acordo da empresa, criação de um programa de segurança, protecção da saúde e de higiene no trabalho, regularização das consultas médicas e prémio de seguro, melhoria do serviço de catering, enquadramento laboral dos pilotos com a atualização da grelha salarial, reconhecimento dos direitos a uma progressão pendente e pagamento faseado dos retroactivos, entre outros.
Apesar dos esforços e da boa fé da classe para negociar, continuou a mesma fonte, constata-se que os acordos assumidos pela tutela e com conhecimento do actual conselho de administração da empresa “não passavam de manobras dilatórias” face aos sucessivos incumprimentos, e que as preocupações têm sido “ignoradas e minimizadas constantemente”.
Esta greve, segundo afirmou, não é para reivindicar apenas as melhores condições para os pilotos, mas também a todos os tripulantes, de modo a garantir “condições dignas” de trabalho
O sindicalista reconheceu que a greve irá afectar não apenas a empresa, mas também a todos aqueles que dependem dos serviços, e terá “um impacto significativo” nas operações da companhia aérea, levando ao cancelamento de voos e a redução da capacidade operacional, mesmo que a empresa tente manter algumas operações durante este período.
“Terá ainda consequências para os passageiros com interrupções significativas em seus planos de viagem, o que pode resultar em necessidade de reagendamento e reembolso”, apontou Edmilson Aguiar que lamentou e pediu compreensão pelos constrangimentos que a greve irá causar.
O presidente do SNPAC disse ainda que os pilotos têm estado a contribuir nos processos de viabilização financeira da empresa, com perdão de dívidas existentes e legalmente reconhecidos no valor aproximado de cerca de 20 mil contos.
Questionado sobre a possibilidade de haver serviços mínimos, o sindicalista avançou que a área da aviação é “muito sensível” e remeteu a questão às autoridades aeronáuticas.
A 15 de Abril deste ano, o SNPAC anunciou uma greve nacional de cinco dias, entre 25 e 29 de Abril, tendo no centro das reivindicações a melhoria das condições de trabalho.
No encontro de 23 de Abril, em que estiveram presentes o sindicato, o conselho da administração da Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) e o ministro do Turismo e Transportes, as partes chegaram a um entendimento e a greve foi suspensa.
Inforpress